A desconfiança de líderes regionais com o andamento da obra da nova ponte da ERS-130 aumentou nos últimos dias com a baixa movimentação de trabalhadores no trecho e a proximidade do dia previsto para conclusão. Mas, por enquanto, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) descarta alterações no prazo final, reiterado em diversas ocasiões pelo governo do Estado.
Iniciados em junho, após assinatura do contrato com a Engedal, os trabalhos fecham seis meses em dezembro, dentro do prazo estabelecido no decreto de emergência feito pelo Estado. No entanto, a promessa de representantes do alto escalão do Palácio Piratini, em entregar a ponte concluída “até o Natal”, parece distante de virar realidade.
Diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacor tem acompanhado as manifestações de líderes regionais e ressalta as adversidades enfrentadas. “A ponte foi contratada inicialmente com 150 metros. Em função das questões climáticas, passamos para 172 metros. Mas ainda não é possível tratarmos de alteração de prazo. Temos 30 dias até o final do prazo estabelecido inicialmente”, frisa.
Conforme Vanacor, durante todo o período da obra, até agora, foram feitas readequações e reavaliações dos trabalhos. Neste sentido, frisa que a estatal mantém fiscalização constante dos trabalhos. “Ao longo da obra, tivemos dois engenheiros fiscais. Temos câmera instalada no local, com visão de parte da obra. Semanalmente, conversamos sobre o andamento e avaliações das adversidades”.
Obra em dois meses
A licitação para construção do aterro das cabeceiras, concluída ontem, elevou a preocupação de autoridades regionais, visto que o prazo, de dois meses, supera o tempo que ainda falta para conclusão da ponte. Vanacor ressalta que, se os trabalhos iniciassem antes, prejudicariam as demais atividades previstas.
“Deixamos para fazer mais na frente. Tivemos êxito na licitação e o contrato será assinado na terça. E teremos o início imediato das obras. Essa era uma condicionante. A ideia é iniciar pelo lado de Arroio do Meio”. O prazo para a execução é de dois meses, com vigência contratual de seis meses.
Estudos
Questionado sobre os estudos feitos pela iniciativa privada em Lajeado, que analisa o cronograma da obra por níveis de produtividade, Vanacor evitou entrar em detalhes sobre o material e diz que, em nenhum momento, a EGR foi questionada pelos proponentes sobre previsões, tampouco a empreiteira responsável foi contatada.
“Não estou criticando a possibilidade de estudos e avaliações. Mas a EGR está atenta a essa
dificuldade. Estamos participativos desde o primeiro momento em que a ponte caiu. O edital foi publicado 15 dias depois e o contrato assinado 30 dias depois. Isso mostra o nosso empenho para restabelecer as condições normais”.
Vanacor também destaca que o processo licitatório ocorreu de forma célere devido ao decreto de emergência, o que evitou a burocracia. “Sem esse caráter emergencial, o processo poderia levar até um ano e meio para ser concluído”.
Construção, etapa por etapa
- 6 de junho – início do projeto executivo;
- 21 de junho – equipes executam sondagens de solo;
- 16 de julho – início da montagem do parque fabril e do canteiro de obras;
- 14 de agosto – conclusão das sondagens de solo;
- 30 de agosto – conclusão do parque fabril;
- 6 de setembro – início da produção das vigas e peças pré-moldadas;
- 24 de setembro – início das fundações/estacas cravadas;
- 21 de outubro – início das estacas raiz;
- 25 de outubro – conclusão das estacas cravadas;
- 14 de novembro – início da concretagem das vigas.
- 27 de novembro – início da construção do aterro das cabeceiras.