Um ex-presidente e um ex-vice-presidente de Finanças do Sport Club Internacional – no biênio 2015/2016 – e também a esposa de um dos ex-dirigentes e empresários do ramo do turismo, denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), foram condenados na quarta-feira, 20, por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles foram alvo da Operação Rebote, realizada pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre. O cumprimento inicial das penas é no regime fechado, mas poderão recorrer em liberdade. Todos também deverão pagar multa.
O ex-presidente foi condenado a 12 anos e três meses de prisão por estelionato e lavagem de capitais. A então esposa foi condenada à pena de quatro anos e seis meses por lavagem de dinheiro. Os demais foram condenados por quase todos os delitos pelos quais foram denunciados, sendo apenas um absolvido por lavagem de dinheiro. O ex-vice-presidente do Inter foi condenado a uma pena de 76 anos, um mês e 15 dias de reclusão. Já os empresários, cada um, foram condenados a 62 anos e três meses, 56 anos e três meses e 50 anos e três meses de prisão.
O promotor de Justiça Flávio Duarte, responsável pela investigação e pela denúncia, destaca que a sentença foi proferida pela 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Segundo ele, as irregularidades são relativas à emissão de notas fiscais, simulando prestação de serviços por agências de viagens, que não ocorreram, cujos valores pagos pelo Internacional, depois de atos de lavagem de capitais e com a participação dos empresários condenados, foram revertidos aos ex-dirigentes em dinheiro, como por exemplo, na aquisição de um veículo e em serviços de turismo, como hospedagens no Hotel Copacabana Palace, para o Réveillon no Rio de Janeiro, e cruzeiros, entre outros.
OUTRAS CONDENAÇÕES
Em outubro deste ano, um ex-dirigente do Inter e também um ex-dirigente do Sindicato dos Estabelecimentos de Cultura Física do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiclubes-RS) foram condenadosa 16 anos, quatro meses e 20 dias de prisão, além de pagamento de multa. Os dois se apropriaram de mais de R$ 1,1 milhão. Por isso, foram condenados por apropriação indébita e lavagem de capitais.
Em março deste ano, a Justiça condenou dois ex-dirigentes do Inter, também do biênio 2015/2016, além de um representante de empreiteiras, um engenheiro empregado do clube e um contador. Também alvos da Operação Rebote e denunciados pelo promotor Flávio Duarte, eles desviaram mais de R$ 13 milhões e foram responsabilizados pelos delitos de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Entre os condenados no primeiro semestre deste ano, estava o ex-presidente do clube gaúcho na época dos fatos.