“É uma oportunidade de reforçar e celebrar a herança cultural”

Dia da cosciÊncia negra

“É uma oportunidade de reforçar e celebrar a herança cultural”

Para os integrantes do Centro de Cultura Afro de Lajeado, intuito da data vai muito além de um momento de reflexão

“É uma oportunidade de reforçar e celebrar a herança cultural”
Presidente do Centro de Cultura Afro de Lajeado, Lisete Machado (foto: Paulo Cardoso)
Lajeado

Para os integrantes do Centro de Cultura Afro de Lajeado, o Dia da Consciência Negra vai muito além de uma data de reflexão. É uma oportunidade de reforçar e celebrar a herança cultural deixada pelos antepassados.

O participante do núcleo de dança, Anderson Farias menciona a importância da data. “Embora nossa história tenha sido apagada por muitos anos, em momentos como este, nós, negros, conseguimos reconhecer nossa cultura, nos empoderar e resgatar toda a negritude que nos foi extraviada”, afirma.

Ao longo dos anos, o Centro de Cultura Afro tem sido um importante espaço de resistência e fortalecimento da identidade negra em Lajeado, proporcionando um ambiente de apoio e incentivo à comunidade negra local. 

A professora, presidente do Centro e ativista há mais de 20 anos, Lisete Machado destaca a trajetória como representatividade positiva para a população negra. “Desde que tomei consciência das dificuldades enfrentadas pelas pessoas pretas, decidi ser uma voz de incentivo, encorajando outras a se tornarem protagonistas de suas próprias histórias”, conta. 

Lisete recorda que enquanto estudante universitária, em 1998, o número de alunos negros era praticamente inexistente. “No início, éramos menos de cinco, mas conforme os semestres passavam, ver mais pessoas negras ocupando o espaço acadêmico era uma felicidade imensa, pois isso representava uma oportunidade de quebrar barreiras e conquistar uma formação profissional”, relembra.

O fato de Lajeado ter elogiado Rosane Cardoso, a primeira vereadora negra do município, é histórico. No entanto, por ser 2024, a surpresa em torno de sua eleição deveria ser questionada, pois, em uma sociedade mais igualitária, tal marco não deveria ser mais uma surpresa, destaca Lisete, que reconhece que embora o racismo explícito tenha diminuído ao longo dos anos, o racismo estrutural ainda permanece enraizado, o que resulta em conquistas e reconhecimentos como o de Rosane sendo tão tardios. Isso reflete a persistência das desigualdades, mesmo diante dos avanços sociais.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

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