Desalojados desde a enchente histórica do Rio Taquari, em maio, Polícia Civil e Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Taquari (CRPO-VT) encontram-se em situação semelhante mais de seis meses depois. Enquanto atendem de forma improvisada, aguardam a finalização de trâmites burocráticos para que possam se mudar para novas sedes.
Prestes a ganhar uma moderna sede própria, a Polícia Civil aguarda assinatura de contrato do Estado com o proprietário de um imóvel para transferir suas atividades ao São Cristóvão. O órgão estadual vai instalar quatro delegacias no prédio que abrigava, na década passada, uma universidade, na rua 11 de Julho, em frente a paróquia que leva o nome do bairro.
O local foi escolhido ainda no primeiro semestre, lembra a delegada regional de polícia, Shana Luft Hartz. Restam poucos detalhes – além da assinatura do contrato – para que o imóvel esteja apto a receber os agentes policiais. “É uma questão burocrática. Queria a mudança ainda em novembro, mas não podemos dar um prazo. Esperamos que ocorra ainda este ano”, destaca.
Segundo Shana, a mudança contempla, inicialmente, as delegacias de Polícia (DP), Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e de Polícia Regional do Interior (19ª DPRI). Já a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) por enquanto permanece no bairro Florestal, junto à sede da Draco – onde estão as demais –, até que o espaço seja definitivamente adequado.
“Ainda falta levar computadores, equipamentos e fazer a adesivagem do local, dos vidros. A ideia é fazer isso em parceria, com ajuda do empresariado”, destaca. Segundo ela, apenas a DPPA terá acesso por uma via diferente, rua a Paulo Oppliger. “O processo de reforma está bem adiantado, mas ainda carece de alguns ajustes”.
Mudança mantida
Com sua sede na rua Marechal Deodoro totalmente atingida pela cheia de maio, o CRPO-VT prepara mudança para um prédio comercial no bairro Moinhos, na rua Carlos Spohr Filho. O imóvel, recém construído, está longe do risco de enchentes. Falta, no entanto, a assinatura do contrato de locação. Por isso, a ida para o novo endereço deve ocorrer até o começo de 2025.
Rodrigo Schoenfeldt, comandante do CRPO, destaca que o imóvel está apto a atender às necessidades atuais da unidade. “Neste momento, realizamos a instalação elétrica e, depois, a parte da climatização. O proprietário permitiu que trabalhássemos nas benfeitorias antes da assinatura do contrato, que tramita no Estado”, pontua.
O comando regional, com função mais administrativa, atende de forma provisória em uma sala no prédio 11 da Univates. Mesmo assim, para Schoenfeldt, a sede própria é importante para dar continuidade ao trabalho. “Partimos do princípio que os serviços essenciais não podem ser atingidos por enchentes. Precisamos estar sempre em pleno funcionamento para atender a população”.
Já os batalhões, por ora, seguem onde estão. Há planos para realocar o 22º BPM, com sede em Lajeado. Parte do imóvel atual ficou submerso na última cheia. Já o 40º BPM está em Teutônia desde a inundação de setembro de 2023. “Nosso combinado com o município é de retornar quando tivermos condições de instalar o batalhão em um prédio inatingível por enchentes”.
Lançamento da pedra fundamental
Está marcada para o dia 5 de dezembro, às 10h, a inauguração da pedra fundamental para obra da nova Central de Polícia. A cerimônia, simbólica, ocorrerá na rua Fábio Brito de Azambuja, no bairro São Cristóvão, junto ao terreno que sediará a futura edificação, viabilizada numa parceria entre município e Estado.
Segundo Shana, trata-se de um momento importante para simbolizar uma obra muito aguardada pela Polícia. “É um ato simbólico, que precisa ser comemorado”, destaca. A expectativa é de que os trabalhos iniciem no começo de 2025 e o prazo de execução é de dois anos. A construção ficará a cargo da Privilège, vencedora da licitação aberta pelo Estado ainda em 2023.