“Toda vez que pinto uma figura humana, também crio um pequeno mundo”

ABRE ASPAS

“Toda vez que pinto uma figura humana, também crio um pequeno mundo”

A arte foi a forma que Guilherme Dresch dos Santos, 29, encontrou para representar seu mundo interior. Natural do interior de Cruzeiro do Sul, hoje, se dedica a pinturas à óleo e trabalha num ateliê de arte em Lajeado. Entre suas preferências na pintura, está a representação de figuras humanas que, para ele, sempre contam uma história

“Toda vez que pinto uma figura humana, também crio um pequeno mundo”
Foto: Raica Franz Weiss

Quando começou o seu interesse pelas artes?
Eu sempre fui muito criativo e sempre gostei de contar histórias. Mas nunca fui muito bom em escrever, então aprendi a representar isso através da arte. Ela se tornou uma janela para o mundo que eu tinha dentro da minha cabeça.

Por que pintar figuras humanas?
Quando entrei no mundo da arte, passei a gostar muito de pintar as expressões das pessoas. Sinto que, assim, a tela pode contar uma história. Gosto de pensar que, toda vez que pinto uma fi gura humana, eu também crio um pequeno mundo. Geralmente pego referências em fotografi as. Porque a figura humana tem um padrão, mas ao mesmo tempo não tem, é muito singular. As fotografi as profi ssionais trazem muito da expressão, têm uma iluminação pensada e uma textura de pele muito legal de retratar. Acho que é por isso que gosto de trabalhar com tinta à óleo. Ela demora para secar e isso permite que eu detalhe bem, corrija, refaça, clareie, escureça.

Quando decidiu fazer disso a sua profissão?
Brinco que foi um pouco de birra, insistência. Eu gostava de recriar imagens e representações. Meu intuito sempre foi aprender cada vez mais, me melhorar, a profissão acabou sendo consequência disso. Só transformei a pintura em algo profissional quando já tinha um traço bom. Mas também me preparei para dar esse passo, estudei muito, pratiquei muito. É minha ambição pintar as pessoas perfeitamente, aprender mais e ser cada vez melhor. As vendas são importantes, claro, mas aprender é o meu principal objetivo. Me inspiro muito em artistas que conseguem, com uns poucos traços, representar uma fi gura humana, isso exige muita técnica. Por isso, ainda estudo, hoje, faço faculdade de artes visuais e um curso de desenho artístico. Também trabalho num ateliê aqui de Lajeado, o ateliê da Vandi. Acho que todo o artista deve passar por ali. Eu era meio travado antes, tinha técnica, mas não conseguia deixar fl uir e lá descobri a explorar minha criatividade. Isso é muito importante para um artista.

E aonde você quer chegar como artista?
Me vejo na tinta a óleo sempre. Em relação a estilos, gosto do estilo dark fantasy e das artes nouveau. Gostaria de fazer uma fusão deles e trabalhar nessa linha, criar meu próprio estilo. Um sonho seria que as pessoas olhassem para as obras e identifi cassem que aquela é minha. Mas isso é uma caminhada, claro. Tenho muito a aprender ainda.

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