Em trabalho acadêmico na disciplina de Projetos Geométricos Rodoviários, do curso de Engenharia da Univates, os acadêmicos tiveram de propor locais para construção de um anel viário na BR-386.
A ideia surgiu da provocação do Conselho de Desenvolvimento Regional (Codevat), a partir de um encontro com representantes do setor de logística com os acadêmicos. Os resultados foram apresentados nessa quinta-feira, 14 de novembro, para uma banca de pesquisadores da Univates e das universidades federais de Santa Maria e de Porto Alegre.
“Fizemos um encontro e os empresários falaram dos principais gargalos no transporte da região. Em meio à série de análises, os estudantes escolheram trabalhar o anel viário”, conta a presidente do Codevat, Cintia Agostini.
O diretor de infraestrutura da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Nilto Scapin, foi um dos integrantes do debate e esteve na apresentação dos alunos. “Esse é um exemplo de integração entre universidade e região. Tal iniciativa reforça a defesa das nossas prioridades em termos de melhoria da infraestrutura viária”, analisa.
Como próximo passo, os modelos pensados pelos grupos servirão de referência para encontro entre líderes do Vale com o Ministério dos Transportes. “Vamos organizar as imagens, as diretrizes dos projetos e formar um documento regional”, destaca Cintia.
Em outubro, um grupo da região formado por autoridades políticas, empresários, conselheiros e representantes da classe produtiva, iniciou uma mobilização para defender investimentos para uma nova ponte sobre a BR-386 e também para projetos de anel viário ligando rodovias do RS com a estrada federal.
A comitiva esteve com a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e com o alto escalão do governo estadual. A estratégia do grupo é buscar apoio de todas as regiões gaúchas para pressionar os poderes públicos a garantir obras no Vale do Taquari.
O entendimento é que se trata de um trecho estratégico para toda a produção gaúcha. Pela BR-386 passa cerca de 70% do Produto Interno Bruto do RS, com um fl uxo diário entre 20 a 25 mil veículos por dia, conforme projeção da Polícia Rodoviária Federal.
Do edital até a concorrência
A professora Carolina Becker Fransozi simulou o lançamento de um edital para selecionar propostas para projeto e construção do anel viário na BR-386. Os alunos precisavam elaborar um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evetea) como primeira etapa do trabalho.
Em cima dos resultados, precisavam de um projeto de engenharia, calculando rotas, tipos de obras necessárias, com desvios, declividades e barreiras. Foram divididas quatro equipes, como se fossem empresas concorrentes da licitação.
Por se tratar de obras complexas, os grupos se dividiram para formar consórcios. A missão era prever locais e trechos para fechar o anel viário nos sentidos norte e sul da BR-386. No fim, foram dois consórcios participantes do simulado. Cada um fez três desenhos de rotas, mas apenas uma poderia ser inscrita no “edital”.
Conforme Cintia, os traçados variam entre 60 até 120 quilômetros de extensão. A maior parte das propostas considerava iniciar entre Forquetinha e Marques de Souza, desviando da parte central de Lajeado e se ligando até a ERS-453 em Cruzeiro do Sul. Do outro lado, por Arroio do Meio, até a ERS-130.
Para fechar o anel viário, os trajetos desviavam da ponte atual da BR-386, indo até as imediações da fábrica de rações da Languiru. Em algumas propostas, se estendia essa nova rota até Bom Retiro do Sul ou mesmo Fazenda Vilanova.