Democracia fragilizada: corrupção, facada e bombas

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Democracia fragilizada: corrupção, facada e bombas

A democracia brasileira nunca foi um mar de rosas. Desde os primórdios, até hoje em dia. Nos últimos anos, porém, e passado o período obscuro da ditadura militar, os brasileiros têm se confrontado com uma violência absurda e inaceitável. Sem falar nos casos de corrupção estruturada e sistêmica, que resultaram, entre outras, na contundente Operação Lava Jato, que infelizmente tem sido desmantelada pelo sistema para liberar velhos fi gurões da política nacional. Dentro desse triste enredo, um dos piores momentos, com absoluta certeza, foi a facada desferida em praça pública contra o peito do então candidato a presidente, Jair Bolsonaro, às vésperas do pleito de 2018. Uma cena grotesca, violenta e chocante na visão de quem ainda acredita na humanidade. Em 2022, e após a terceira eleição de Lula, outro fato lamentável e repugnante: a invasão e depredação da praça dos três poderes por uma multidão ensandecida e sem qualquer resquício de razão. E nesta semana um atentado a bomba causou a morte de um cidadão que, segundo familiares, foi absorvido pelo ódio que ainda norteia muitos ideológicos. É um momento delicadíssimo à nossa frágil democracia. E eu confesso que não consigo, por ora, enxergar luz no fim do túnel. Especialmente diante de um possível novo confronto entre Lula e Bolsonaro em 2026. Afinal, ambos se retroalimentam dessa polarização e não contribuem em nada pelo fi m da violência entre as diferentes ideologias.

Caumo quer ajudar a EGR

Em entrevista a Rádio A Hora, o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP), afi rmou que o município vai se colocar à disposição da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) para auxiliar na construção da nova ponte sobre o Rio Forqueta, na ERS-130. É um movimento importante. A empresa contratada está com dificuldades de encontrar mão de obra e não é momento para buscar culpados ou só se dedicar às críticas ao Estado. A ponte é a prioridade e todos precisam ajudar.

Vale (ainda) aguarda um projeto da ponte

As principais entidades do Vale do Taquari delegaram ao governo do Estado a escolha e a formatação de um projeto para uma nova ponte sobre o Rio Taquari. Ao menos foi esse o resultado daquele encontro entre líderes regionais e o vice-governador Gabriel Souza (MDB) realizado há cerca de duas semanas. E até o momento não há novidade por parte do Executivo estadual.

Redução de CCs em Estrela

O prefeito Elmar Schneider (MDB) projeta uma proposta de lei para reduzir em aproximadamente 40% o número de cargos comissionados (CCs). A reforma administrativa tem sido debatida por uma equipe que envolve gestores e assessores jurídicos, e deve ser encaminhada à câmara de vereadores nos próximos dias. A decisão ocorreu na manhã de quinta-feira, e a mudança vai repercutir, para o bem ou para o mal, no governo da futura prefeita, Carine Schwingel (União Brasil), que inclusive já havia mencionado a mesma intenção de reduzir CCs durante a campanha eleitoral.

Pitbuls em Teutônia

Nessa terça-feira ingressou na pauta do Legislativo de Teutônia um projeto de lei que já repercutiu em âmbito nacional. A proposta, de autoria da vereadora Neide Schwarz (PSDB), proíbe a criação e comercialização de cães da raça Pit Bull na cidade. A medida foi encaminhada ao plenário da câmara após dois ataques a pessoas em um período de 10 dias, nos bairros Teutônia e Canabarro. Em um dos casos, a vítima era um homem idoso. O projeto pode ser votado na próxima semana e, entre outras regras, tornaria obrigatória a esterilização de todos os cães da raça Pit Bull (ou dela derivada) a partir dos seis meses de idade do animal, e estipula que a circulação a permanência desses cães será permitida só com uso de focinheira em locais públicos. Um tema polêmico. Inclusive porque a própria vereadora é tutora de um animal da mesma raça.

Gláucia pode ser cassada?

Foto: reprodução / WhatsApp

A oposição em Lajeado celebrou o parecer do Ministério Público que, entre outras verifi cações, aponta indícios de abuso de poder político na campanha da coligação vencedora. O caso é público, e se resume a participação do servidor público Carlos Kayser – exvereador e secretário municipal em governos do PP – na pintura do comitê eleitoral de Gláucia Schumacher (PP). Ele foi fotografado em frente ao espaço durante o horário comercial. A defesa afirma que ele estava de folga. Mas o álibi é questionado pelo MP e pelo próprio setor de RH da prefeitura. Abuso de poder, em tese, pode levar à cassação de toda a chapa. Mesmo após o pleito. Mas, e sobre uma possível cassação da prefeita eleita Gláucia Schumacher (PP) e do vice Guilherme Cé (Novo), tudo vai depender do peso que o judiciário vai dar ao uso do referido servidor para fins eleitorais. Nos bastidores, tal medida é classificada como “muito improvável”.

Tiro Curto

  • Em Estrela, o governo municipal alterou a data do edital de licitação para serviço de pavimentação asfáltica da Estrada Leopoldo Armindo Horn, em Linha Santa Rita. Com a mudança, a sessão pública será conduzida pela próxima gestão, no dia sete de janeiro.
  • Também em Estrela, a vereadora Tiane Cagliari (MDB) pede para a Secretaria de Infraestrutura Urbana instalar bebedouros no Parque Princesa do Vale. Segundo ela, com a alta temperatura nos últimos dias, os munícipes que praticam esporte sentem a necessidade dos referidos bebedouros.
  • Ainda em Estrela, o também vereador Volnei Zancanaro (PP) solicita a mesma a Secretaria de Infraestrutura Urbana que providencie o recolhimento do lixo orgânico, bem como, a revisão na iluminação pública na Rua Júlio Carlos Lohmann, no Bairro Pinheiros.
  • A justiça determinou a interdição total da Penitenciária Estadual de Caxias do Sul (PECS). O motivo é a superlotação do local e a precariedade das instalações elétricas que colocam em risco a integridade física dos presos, dos profi ssionais que atuam na prisão, bem como de familiares e visitantes. E o mais curioso: a decisão permite que o local receba 864 presos para 432 vagas.

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