Quem passa pelos corredores da Expovale + Construmóbil, no Parque do Imigrante, tem como destaque as maquetes das principais construtoras da região. Modernizadas, automatizadas e com grande proximidade do projeto real das empresas, os edifícios, hotéis e condomínios têm, por trás de toda a produção, um trabalho minucioso, feito pelas mãos do arquiteto Eduardo Panitz, 48.
Formado na área, decidiu seguir um caminho diferente da arquitetura convencional e se tornou, hoje, referência para a construção de maquetes elaboradas, tanto para construtoras do Vale, como do estado e de Santa Catarina.
É em uma pequena oficina em Barra do Forqueta, Arroio do Meio, que Eduardo trabalha, ao lado do pai, José Luiz Panitz, 71, e da esposa, Michele Benoit, 43, que aprendeu sobre a montagem com o marido, e também tomou gosto pelo trabalho.
Já seu José, aposentado, sempre teve aptidão para atividades manuais. Um exemplo, são os bolos decorados que fazia para os filhos e netos. Hoje, a parte elétrica das maquetes, assim como outros detalhes, são de responsabilidade dele.
“Um dia meu filho pediu se eu podia ajudar ele a fazer uma maquete. Eu sempre gostei e disse que iria ajudar. Fizemos aquela e ele quis continuar. Estava estudando arquitetura e também era uma forma de pagar a faculdade”, lembra.
A produção iniciou em uma casa próxima à Praça do Papai Noel, em Lajeado, e depois passou para a garagem de seu José, até chegar à oficina em Arroio do Meio. Um espaço com pé direito alto para caber as produções que se tornaram maiores, foi um dos motivos da mudança.
Gosto pela arte
Mesmo antes de entrar na faculdade, Eduardo já fazia maquetes, em especial, das praias onde morou, além de escrever e desenhar histórias em quadrinhos e charges para jornais. “Sempre fiz coisas com arte, mas de forma amadora. Na faculdade, comecei a fazer minhas maquetes e fui me aperfeiçoando”, recorda.
O arquiteto lembra que a primeira maquete que fez para uma feira foi em 2007, para um amigo que expôs na Construmóbil daquele ano. Na edição seguinte, a produção se profissionalizou, e ele já tinha sete ou oito maquetes na feira.
Além da região, a Panitz Maquetes atende clientes de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santa Catarina, e o litoral gaúcho, com mais de 20 pedidos no ano.
Desafios
Para produzir as maquetes, o primeiro passo, assim que recebem o projeto da construtora, é redesenhar o empreendimento em escalas e programas de computador, para então iniciar o corte dos materiais a laser, ou confeccionar peças com impressora 3D.
Cerca de 15 materiais diferentes são utilizados em um projeto, desde MDF, resina e cola, a esponja e tinta. Eduardo e a família estão sempre em busca de inovação, para tornar os prédios realistas, inclusive com apartamentos decorados na escala das maquetes.
Entre os principais desafios, no entanto, Eduardo cita o prazo de execução. “Uma construtora finaliza o projeto já faltando 45 dias para a feira e a gente tem, às vezes, 15 dias para fazer. Muitas vezes viramos noites trabalhando”, conta.
Um dos projetos desafiadores que a equipe já fez foi um grande condomínio do litoral gaúcho. “Teve uma maquete de 20 metros quadrados. Às vezes, temos que fazer em três, quatro partes separadas, até para poder transportar, tanto pelo tamanho, quanto pelo peso”. Eduardo conta que, só neste ano, já entregaram 16 maquetes e mais seis ainda serão finalizadas até dezembro.
Segundo ele, o diferencial da empresa está em criar cada elemento, seja na estrutura ou no paisagismo, o mais realista possível. “A parte técnica, que é o corte, qualquer um pode fazer. O diferencial está no toque artístico, que dá vida ao projeto”, reforça.
O arquiteto ainda destaca que cada projeto tem um plano de execução, para que a estrutura seja sustentada e a maquete surpreenda as construtoras.