Principal feira regional, a Expovale + Construmóbil serve não apenas para que os expositores mostrem seus produtos e ofereçam experiências marcantes para os visitantes. É uma oportunidade também para empresas, dos mais diversos ramos, recrutarem novos talentos, num momento onde a região convive com a falta de mão de obra qualificada.
Quem circula pelo Centro de Eventos, espaço com a maior quantidade de expositores no Parque do Imigrante, percebe a grande quantidade de empresas em busca de trabalhadores. Divulgações das vagas de emprego abertas são fortalecidas com a entrega de folhetos e a presença de banners.
Entre as empresas que aproveitam esta janela, está a Florestal Alimentos. Em todos os dias da feira, pelo menos um representante do setor de recursos humanos está no estande para fortalecer a divulgação das oportunidades de emprego. A iniciativa se soma às demais ações, segundo a gerente de RH, Poliana Jacques.
“Nosso estande é institucional, onde mostramos nossos produtos e proporcionamos experiência a adultos e crianças. Mas entendemos que também era propício fazer divulgação das vagas de emprego. Estamos com dificuldades de contratação, em todos os níveis de mão de obra, tanto operacionais quanto administrativos”, comenta.
Mostrar os benefícios
A estratégia de apostar na visibilidade da Expovale para fortalecer a divulgação das oportunidades, para Poliana, tem sido acertada e aproxima a empresa da comunidade. “Pela importância e relevância da feira para a região, o número de pessoas que circula ali, pensamos que é momento de mostrarmos as oportunidades que temos, os benefícios que a empresa oferece”.
No estande, há a possibilidade das pessoas interessadas nas vagas preencherem currículos. “Nós queremos gerar esse fluxo, fazer com que as pessoas lembrem da Florestal como uma empresa de oportunidades de trabalho. Atuamos muito fortes nisso. Boa parte de nossas lideranças se desenvolveu dentro da empresa”.
Receptividade
Terceira empresa com maior valor adicionado fiscal em Lajeado em 2022, a Minuano Alimentos também aproveita seu espaço na Expovale para mostrar as oportunidades de emprego. E, tal qual outras indústrias da cidade, enfrenta desafios com a falta de mão de obra. A ponto de disponibilizar táxi e ônibus próprio para buscar candidatos que tenham dificuldade com transporte e locomoção.
A analista de recursos humanos Lara Vitória da Silva destaca que a maior parte das vagas divulgadas no estande são para a área produtiva, como auxiliares de produção. São oportunidades para todos os turnos, nas unidades de Lajeado e Arroio do Meio.
“A feira tem sido um bom espaço para isso. Estamos conseguindo atingir um bom público, mostrando nossos benefícios, o que acaba tornando o processo atrativo”, frisa Lara, que destaca a receptividade das pessoas.
Resolver a equação
O economista e consultor Eloni Salvi lembra que o movimento feito por empresas na Expovale não é novidade e se soma a outras ações, como a utilização de carros-som para a divulgação de vagas de emprego. Na avaliação dele, há “uma equação a ser resolvida” no debate.
“De um lado, falta as empresas olharem mais para si. Precisam ver que, muitas vezes, fazem ofertas que não são adequadas. Não tem clareza do que querem. Do outro, temos pessoas cada vez mais desmotivadas a buscarem conhecimento, a se qualificarem. Tem se disseminado a lógica de que não vale a pena estudar, e elas estão comprando essa lógica”, afirma.
Salvi compara a situação com a escolha de um produto. “As pessoas escolhem aquilo que é bom. Se vale a pena, vão atrás. É preciso ter ofertas realmente atrativas. E a Expovale é uma vitrine importante. Aproxima os agentes, e é mais fácil para conhecer e comparar as propostas”.