Qual foi a origem do projeto?
O projeto surgiu como parte de uma atividade acadêmica na Univates, com o objetivo de criar uma peça gráfica que incentiva a leitura. A equipe decidiu se conectar com a cultura local, utilizando o Baile do Uriçamento como inspiração. Entretanto, um ponto que discutimos desde o início foi sair do óbvio quando pensamos em material gráfico. Nada de revistas, panfletos ou similares. Logo, na primeira reunião optamos por desenvolver um CD e além disso, deixamos frisada a vontade de trabalhar com diferentes sensações de design.
Como as ideias iniciais para o projeto foram geradas e desenvolvidas ao longo do tempo?
O processo de geração de ideias foi muito fluido. Como líderes do projeto, eu e a também designer Laura Horn, montamos um norte para onde queríamos que o projeto se desenvolvesse. Conseguimos montar um grupo muito bacana para desenrolar o trabalho, e a grande maioria se empenhou bastante em trazer novas ideias e agregar de alguma forma no projeto. Certamente, se não fosse por esse pessoal, o projeto não teria chegado perto da qualidade final que conseguimos entregar.
Como funcionou o processo de produção das faixas que compõem o CD?
Nós idealizamos que o CD teria 5 faixas, sendo quatro gravações ambiente que representam os sons da cultura de rua, e a última, uma música utilizando todos esses sons. Fizemos uma sessão onde captamos todos os ritmos que precisávamos: lata de spray chacoalhando, skate no asfalto, e também gravamos partes de uma entrevista com o pessoal da organização do Uriçamento, onde explicavam a origem do evento. Por fim, foi produzida uma música utilizando todos esses sons em que com exceção do kick (bumbo) e do 808 (grave), foram produzidos por nós. Todo esse processo agregou muito à ideia de transmitir o Baile do Uriçamento para a pessoa que fosse impactada pelo projeto.
Qual a relevância de um projeto sobre arte de rua, desenvolvido por estudantes do interior do Rio Grande do Sul, ser indicado a um prêmio nacional de design?
Acredito que o que a gente construiu é uma forma de conquistar um espaço para o pessoal do estado e, principalmente, aqui da nossa região. Manifestações artísticas tem crescido cada vez mais em todas as vertentes, e tem muita gente se mostrando capaz de entregar muito. Acho que levar um projeto da cultura das ruas daqui para fora do estado é uma forma de fazer o país olhar para a cultura de rua daqui com outros olhos, valorizando mais o pessoal que está na rua fazendo o seu.