Uma paixão nacional que começa na infância e ensina lições que duram para toda a vida. Para muitas crianças, o futebol vai além de um simples jogo: é uma ferramenta poderosa de formação e desenvolvimento pessoal. Entre dribles e jogadas, os pequenos aprendem sobre respeito, trabalho em equipe e persistência, valores que moldam não apenas atletas, mas cidadãos preparados para os desafios do dia a dia.
A paixão de Miguel Luft Cesar (10) pelo futebol começou em casa, por incentivo do pai, que jogou em times da categoria profissional na adolescência. Aos cinco anos, Miguel foi inscrito pela primeira vez em escolinhas de futebol e foi através do esporte que ele melhorou seu desenvolvimento. “Hoje ele tem mais amigos, está bem mais independente, responsável e tem muita disciplina. Percebo que a escolinha foi fundamental para esta evolução positiva dele”, conta a mãe Simone Luft Cesar.
Desde que Miguel começou a treinar na Acessus Grêmio, escolinha com atuação em Estrela e Lajeado, o amadurecimento e o senso de responsabilidade do menino ficaram ainda mais evidentes, segundo a mãe. O que refletiu, inclusive, em convites para jogar no campeonato estadual de futsal.
Para a família, uma das lições mais importantes foi aprender a lidar com vitórias e derrotas, o que mostrou ao jovem atleta que errar é uma atitude natural, tanto no jogo quanto na vida. “Percebo que a metodologia do Acessus e o cuidado que eles têm com as crianças vai além do simples futebol, se preocupam com a formação de um cidadão, alguém do bem, com princípios e valores”.
O Acessus Grêmio
Filiado ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, o Acessus Grêmio é uma porta de entrada para os meninos que sonham em se tornarem jogadores profissionais. De acordo com o treinador e coordenador da unidade de Estrela, Chrístopher Suhre (o Kito), é comum que pessoas ligadas ao time oficial visitem as unidades para coordenar os trabalhos e conhecerem os meninos. “No ano passado, tivemos dois meninos que foram vistos através de olheiros do Grêmio e hoje se tornaram atletas do time de Porto Alegre”, conta.
Com sete anos de atuação, o Acessus tem atividades em Lajeado e Estrela. Trata-se de um projeto destinado a meninos de quatro a 14 anos, que trabalha experiências competitivas em vários níveis, desde o básico até o mais avançado. “Trabalhamos todos os princípios direcionados ao futebol nas quatro valências que são a física, técnica, tática e psicossocial. E elas são refletidas no dia a dia das crianças”, relata o coordenador técnico, Cristian Gonçalves.
Para se inscrever na escolinha, não é necessário ser gremista. Segundo os coordenadores, o importante é ter interesse pelo esporte e disposição para aprender. Entre os benefícios da prática, eles destacam a socialização com outras crianças, o desenvolvimento da disciplina, a importância do trabalho em equipe e uma compreensão mais profunda sobre ganhar e perder.
Conquistas internacionais
Entre as experiências proporcionadas pelo Acessus Grêmio, estão as competições estaduais, nacionais e internacionais. Em fevereiro, o grupo trouxe à região três taças do Uruguay Cup, disputado na capital Montevidéu. Foram dez dias de grandes experiências dentro e fora de campo. A equipe se sagrou campeã na categoria 2012 e vice-campeã nas categorias 2013 e 2014.
A competição contou com escolas tradicionais do Uruguai, Argentina, Equador, Chile e Peru, além de clubes como Nacional, Peñarol, River Plate e Montevideo Wanderes, todas da elite uruguaia no profissional.
Momento de união
A família de Benjamin Brust (8) também destaca o impacto do esporte como uma experiência que aproxima não só os amigos, mas também fortalece os laços familiares. Para eles, o futebol também é um momento de união. Apesar da rotina intensa de trabalho, os pais se esforçam para acompanhar de perto a trajetória do filho. “Participamos de todos os treinos e torneios, sempre estamos presentes”, conta o pai, Ricardo Brust. Ele acredita que essas vivências são uma oportunidade de reforçar os valores que o filho aprende em campo e de demonstrar o apoio incondicional.
Além dos benefícios físicos, a prática do esporte tem sido fundamental para o crescimento emocional de Benjamin. “Pós-pandemia ele desenvolveu ansiedade e o futebol o ajudou muito. Com cinco anos ingressou em uma escolinha e deslanchou. Depois conhecemos o Acessus, onde ele entrou com sete anos e permanece”.