Natural de Lajeado, o gastroenterologista Guilherme Mariante Neto tem trajetória marcada pela dedicação à medicina e por um compromisso constante com a saúde da região. Com formação robusta na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde passou 11 anos entre faculdade e especialização, Neto escolheu a gastroenterologia por uma identificação com a área durante os estágios, especialmente pela atenção de professores da especialidade.
A decisão de retornar para Lajeado, após anos em Porto Alegre, foi impulsionada pela busca por qualidade de vida e custos mais acessíveis. Em 2006, o profissional se estabeleceu definitivamente na cidade, começando a fazer plantões no Hospital Bruno Born a partir de 2001 e, após fixar moradia, em 2007, abriu consultório.
A evolução da medicina, especialmente nas doenças do fígado, é uma das áreas que mais entusiasma o médico. “Antigamente, a Hepatite C não tinha cura e as pessoas faleciam devido a complicações, mas hoje temos tratamentos eficazes. O mesmo vale para a Hepatite B, que ainda não tem cura, mas que pode ser controlada”, afirma.
Com ênfase no diagnóstico e prevenção de cânceres, como o gástrico e colorretal, através de exames como endoscopia e colonoscopia, ele alerta sobre a importância da detecção precoce. No entanto, lamenta a falta de avanços no tratamento do câncer de pâncreas, uma condição que, devido à localização do órgão, muitas vezes só é diagnosticada em estágios avançados, quando as chances de tratamento eficaz são reduzidas.
Além da medicina, o médico também fala sobre a importância do equilíbrio entre saúde física e mental. “Manter uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para prevenir doenças”, recomenda. Também destaca a importância de exames preventivos, como a colonoscopia a partir dos 45 anos e a vacinação contra hepatite A e B, especialmente para pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1990.
Apesar da rotina exigente, sempre procurou manter sua vida social ativa, com amigos e colegas de profissão, embora admita que, com o tempo, sua vida tenha se tornado mais reservada. No entanto, seu convívio com a comunidade médica de Lajeado é especialmente gratificante. “Trabalhar no Bruno Born foi uma experiência única, pois fiz plantões com médicos que cuidaram de mim quando criança. Isso reforça o quanto a medicina é uma atividade importante, respeitada e valorizada”, conclui.
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