O governo do Estado começou a manutenção emergencial da ERS-332. A operação tapa-buracos é o trabalho prévio à futura recapagem asfáltica prevista para 2025. No entanto, a qualidade do material gera críticas por parte de usuários, representantes do setor produtivo e por autoridades.
“Conversamos com o secretário dos Transportes (Juvir Costella) e com o vice-governador na semana passada. Nos disseram que começaria nesta segunda-feira e seria um trabalho para corrigir as partes mais precárias. Para nossa surpresa, começaram na sexta, de uma maneira muito ruim”, diz o prefeito de Doutor Ricardo, Álvaro Giacobbo.
Operários com um saco de resíduos de asfalto e uma pá. Assim foi o serviço de colocar materiais nos buracos, afirma o prefeito. “Nos prometeram algo melhor e dissemos aos governantes que iríamos fiscalizar”, ressalta. Depois de três dias de trabalho, nenhum trabalhador foi visto no trecho. De acordo com Giacobbo, foram cerca de 17 quilômetros, entre Encantado e Doutor Ricardo.
O trecho total da rodovia se aproxima de 95 quilômetros. Vai até o entroncamento com a BR-386, em Soledade. Durante a catástrofe de maio, a rodovia se tornou a principal alternativa para a saída de caminhões da parte alta em direção ao norte do RS.
Insegurança e prejuízos
Integrantes das associações do setor produtivo, destacam os riscos de acidentes e os danos nos veículos. Problemas na sinalização, acostamento precário e muitos buracos. Entre 2021 e 2022, foram investidos mais de R$ 20 milhões para o recapeamento e nova camada asfáltica na ERS-332.
Com o aumento do fluxo durante as inundações, associada a liberação para o tráfego pesado devido às estradas interrompidas, a pista se deteriorou. Municípios de perfil agrícola, com destaque na produção de queijo, nozes e erva-mate, pães e móveis, dependem da 332 para escoamento das produções.
“As condições para o tráfego estão muito precárias. A rodovia está sucateada e isso interfere na segurança e na logística das nossas empresas”, afirma a presidente da Associação Comercial e Industrial de Encantado, Raquel Cadore.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Arvorezinha, Fabiano Basso, destaca a necessidade de melhorias permanentes. “O remendo pode até ser algo emergencial, mas precisa de mais qualidade. Foi prometido para nós que assim que for concluída a ponte da ERS-130 e os sete quilômetros de asfalto na ERS -129 (entre Roca Sales e Colinas), será dada atenção a ERS-332”. A rodovia é administrada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).
Recursos previstos
O governo do Estado afirma que todas as obras previstas à infraestrutura do Vale estão com verbas garantidas. Em reunião com prefeitos, empresários e líderes regionais, há três prioridades: ponte da ERS 130, asfaltamento da ERS-129 e o recapeamento asfáltico da 332.
No encontro do dia 28 de outubro, o vice-governador Gabriel Souza afirmou ao grupo da região que todas as obras estão com orçamento garantido. “Não faltarão verbas para a conclusão. Os projetos só iniciam com o dinheiro assegurado.” A comitiva regional protocolou três documentos.
Além da cobrança sobre obras nas rodovias estaduais, também solicitou que o Estado avalie a possibilidade de instalações de mais pontes internas entre os municípios, ajude a pressionar o governo federal para um projeto de viabilidade para uma nova passagem sobre o Rio Taquari e de um anel viário entre municípios e BR-386.