“Estamos apenas começando a explorar todo o potencial da erva-mate”

ABRE ASPAS

“Estamos apenas começando a explorar todo o potencial da erva-mate”

A carioca Ariana Maia, 49, veio para o RS em 2006 e desde então vem se tornando uma das vozes mais proeminentes da região se tratando de erva-mate. Moradora de Ilópolis e diretora-executiva na Inovamate, atualmente ela faz mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos na Uergs e se empenha junto de outras lideranças na busca pela Indicação Geográfica da planta produzida no Alto Taquari

“Estamos apenas começando a explorar todo o potencial da erva-mate”
Foto: Arquivo Pessoal

Como foi o seu primeiro contato com a erva-mate?

Foi em 2007, quando comecei a trabalhar com o turismo em Ilópolis, ajudando na organização da Turismate. Comecei a perceber a verdadeira grandeza da planta e tudo o que ela representa para a região. A partir desse momento, me envolvi profundamente, e, desde então, não parei mais de aprender sobre ela. Me surpreendi ao descobrir que a erva-mate é, na verdade, uma árvore! Além disso, fiquei impressionada ao perceber que o mate tostado que eu consumia desde a infância, tanto em casa quanto na praia do Rio de Janeiro, vinha dessa planta tão rica e especial.

O setor ervateiro enfrenta desafios constantes, como você vê o desenvolvimento da produção na região?

A Região do Alto Taquari, com o seu trabalho pioneiro em Indicação Geográfica (IG) e as pesquisas sobre o sequestro de gases de efeito estufa, está mostrando um caminho inovador para a erva-mate. A produção local, que sempre foi reconhecida pelo seu sabor e qualidade, agora está se expandindo para novos mercados, com ênfase na bioeconomia e na sustentabilidade. Apesar da erva-mate ter sido tradicionalmente associada ao chimarrão, ela tem muito mais a oferecer. Com base na ciência e na inovação, estamos vendo um grande potencial para desenvolver novos produtos e formas de consumo. O trabalho da região está focado não apenas em preservar as condições naturais, mas também em se adaptar aos desafios do mercado, sempre com um olhar atento para o futuro.

Por que você acredita que o Alto Taquari merece o selo de IG?

O selo de IG não é apenas uma questão de “merecimento”, mas sim de reconhecimento do trabalho constante de pessoas que, há anos, cultivam e processam a erva-mate com dedicação e respeito às condições naturais da região. O Alto Taquari já é conhecido pela qualidade excepcional de sua erva-mate, e o selo vem como uma maneira de comunicar claramente essa excelência ao público. É um símbolo de autenticidade, que reforça a origem e a tradição dessa erva que é, de fato, única. A qualidade do produto, aliada às práticas sustentáveis, torna a erva-mate da região um verdadeiro tesouro que merece ser reconhecido.

Como você vê o futuro da erva-mate?

O futuro da erva-mate é muito promissor e tem um grande apelo no contexto atual, com a crescente busca por alimentos saudáveis e sustentáveis. Além disso, acredito que haverá mais oportunidades para quem trabalha com a planta e tem um olhar inovador, sempre buscando agregar valor e explorar as diversas formas de consumo que ela pode oferecer. Sem dúvida, estamos apenas começando a explorar todo o seu potencial.

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