Vacina da “gotinha” deixa de ser aplicada contra a pólio

SAÚDE

Vacina da “gotinha” deixa de ser aplicada contra a pólio

Ministério da Saúde substitui a vacina oral pela injetável, por garantir mais eficácia. Medida é adotada em todo o país. Região já recebeu novos imunizantes e acompanha o novo esquema vacinal

Vacina da “gotinha” deixa de ser aplicada contra a pólio
Ao invés de duas doses de reforço da gotinha, com 1 ano e 3 meses e 4 anos, novo esquema exige apenas uma dose de reforço da vacina injetável. (Foto: Bibiana Faleiro)
Vale do Taquari

Para aumentar a eficácia da imunização, o Ministério da Saúde começou a substituir as duas doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), popularmente conhecida como gotinha, por uma dose da vacina inativada (VIP), injetável. Desde segunda-feira, 4, o novo esquema vacinal está disponível também nos postos de saúde da região.

O objetivo é alinhar a vacinação contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, às práticas já adotadas por países como os Estados Unidos e nações europeias. Segundo o ministério, a mudança vai garantir maior eficácia do esquema vacinal, que será exclusivo com a vacina injetável. O novo esquema inclui três doses da vacina injetável administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade – assim como já era feito, além de uma dose de reforço aos 15 meses.

Vacinadora do Posto de Saúde do Centro, em Lajeado, Pâmela Gouvêa explica que todas as vacinas da gotinha foram recolhidas pelo governo e não estão mais disponíveis nas salas de vacinação.

Segundo a especialista, o que muda, a partir desta nova orientação, é que crianças com 1 ano e 3 meses que receberiam a primeira dose de reforço por meio da gotinha, passam a receber a vacina injetável e não é necessária a segunda dose aos 4 anos.

Para crianças que ainda não tinham completado o esquema vacinal, ou seja, menores de 4 anos, mesmo que tenham feito a primeira dose de reforço, devem ser imunizadas com a injetável.

“Temos que resgatar todas crianças para aplicar a VIP. Eles vão para fazer outras vacinas, consultas, atestados, e nós vamos orientando os pais e anotando na caderneta que tem que vir para fazer a injetável”, reforça Pâmela.

De modo geral, a profissional afirma que a procura por qualquer vacina nos postos de saúde está baixa, em especial após as enchentes. Um trabalho de mapeamento de crianças e jovens não vacinados é feito nas escolas. De acordo com a vacinadora, um terço deste público não possui todas as vacinas recomendadas para cada faixa etária em dia.

Orientações

O Ministério da Saúde já enviou orientações aos estados para que preparem os municípios para a implementação das novas diretrizes.

As doses da vacina oral poliomielite bivalente que estejam lacradas em estoque nos municípios serão recolhidas pelo Ministério da Saúde até o dia 31 de novembro. A partir de agora, apenas as doses da vacina injetável deverão estar disponíveis nas salas de vacinação.

Apesar da substituição da vacina oral, o Ministério da Saúde garante que o personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980 para incentivar a adesão das famílias, continuará sendo um símbolo da imunização no país.

Baixa cobertura vacinal

Desde 1989, não há notificação de casos de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais sofreram quedas sucessivas nos últimos anos. O país recebeu o certificado de erradicação da doença em 1994.

A cobertura vacinal, hoje, no entanto, é de 85,42%. Desde 2015, o país não consegue mais atingir a meta de 95% do público-alvo vacinado, número ideal para que a população seja considerada protegida.

Na região de abrangência da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), esse dado, no ano passado, foi de 95,2%. Já este ano, até o momento, a região possui cobertura vacinal de 93,6%. Nas cinco maiores cidades do Vale do Taquari, pelo menos 228 crianças não foram vacinadas contra a doença este ano. Dos municípios, apenas Lajeado possui cobertura vacinal superior a 95%.

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