A Polícia Federal deflagrou, em ação conjunta com a Corregedoria da Receita Federal do Brasil, nesta quarta-feira, 6, a Operação Entreposto, com o objetivo de desarticular esquema criminoso realizado por grupo de servidores públicos. Segundo investigações, os envolvidos se utilizavam dos cargos para desviar e se apropriar de mercadorias aprendidas e revender.
A investigação começou a partir de uma comunicação interna à corregedoria da RFB. Segundo as apurações, servidores são suspeitos de fraudar registros de apreensão, de modo que apenas uma parte dos produtos apreendidos ingressasse de fato ao depósito de mercadorias da Delegacia da RFB em Santa Maria.
As ordens judiciais, emitidas pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Santa Maria, foram cumpridas nos municípios de Pelotas, Lajeado, Braga, Santo Augusto, Santa Maria e no estado vizinho, em Chapecó.
Nessas cidades, entre os alvos, pessoas responsáveis pela recolocação de mercadorias no mercado informal.
A ação contou com a atuação de aproximadamente 90 policiais federais e 16 integrantes da Corregedoria da Receita Federal, tendo sido cumpridos nove mandados de prisão preventiva, 15 mandados de busca e apreensão, três mandados de busca pessoal e 12 medidas cautelares, além do sequestro de 22 imóveis e 24 veículos, bem como o bloqueio de contas bancárias dos investigados, com valor aproximado de R$ 37 milhões.
A comercialização dessas mercadorias era realizada, em regra, por grupo composto de particulares, o qual repassa os valores das vendas aos agentes públicos mediante comissão. Os particulares, que atuam de forma associada aos servidores públicos, ostentam antecedentes pela prática de crimes de contrabando/descaminho, além de diversas autuações pelo próprio órgão fiscal.
Foi identificado também a participação de um policial militar do estado de Santa Catarina, lotado na inteligência do órgão, que além de auxiliar na operacionalização das abordagens a alvos potenciais, prestava apoio na venda e na destinação de produtos desviados. A Operação Entreposto apura os crimes de peculato, facilitação ao contrabando ou descaminho, lavagem de dinheiro e organização criminosa.