Como você começou a se interessar por montar quebra-cabeças?
Lembro que desde o tempo de escola eu já gostava de desafios, como as peças de Tangram que precisavam estar na posição correta para formarem um quadrado perfeito. Um livro desafio que me marcou muito, foi o famoso “Onde Está Wally?”, em que o principal objetivo é encontrar o personagem Wally em uma paisagem com centenas de outras imagens e personagens. De quebra-cabeças mesmo, tenho lembrança da coleção de livros SERELEPE, que acompanhavam a mesma capa deles no formato de quebra-cabeças para montar.
O que você leva em consideração na hora de escolher um quebra-cabeça?
Procuro por quebra-cabeças que não sejam comuns, que possam ser transformados em quadros após a montagem. Também tenho interesse em coleções específicas, como quebra-cabeças da série “Game Of Thrones”, o quebra-cabeça especial da Copa do Mundo no Brasil, do filme da Marvel “Vingadores”, entre outros.
Algum deles é mais especial?
Tenho dois quebra-cabeças que importei de fora do Brasil para montar: um deles do Canadá, que são as quaro estações do ano, com 4 mil peças. O outro importei da Alemanha, para dar de presente à minha avó, ela ainda é viva e tem 102 anos. Este quebra-cabeça da Alemanha é um desenho com várias ovelhas e textos em alemão, de forma bem divertida.
Tem alguma estratégia que você usa para montar?
Na maioria dos quebra-cabeças o processo é geralmente o mesmo: separar e começar pelos cantos, assim podemos ter uma noção melhor do tamanho de cada imagem que vemos na caixa. Depois separo por cores e por fim por formatos. Quando encontro alguma pecinha com imagem específica e de fácil identificação, também foco naquela área para montar. Mas o principal de tudo, é a paciência.
Quais são os maiores desafios?
Em quebra-cabeças maiores, as imagens em cada pecinha ficam muito específicas, difíceis de identificar na imagem completa. É necessário ter várias partes montadas para saber de qual área da imagem elas fazem parte. Já montei puzzle de 4 mil e de 5 mil peças, que tinham o mesmo tamanho (dimensões iguais depois de montados). Ou seja, no de 5 mil peças cada pecinha era muito menor, pois incluíram 1 mil peças a mais em um mesmo espaço/tamanho. O de 8 mil peças tem o mesmo tamanho montado, com pecinhas minúsculas.
Alguma vez você já teve vontade de desistir?
Vontade de desistir nunca tive, mas já passei alguma raiva. Em um dos primeiros que montei, precisei mover o puzzle pronto de uma superfície para outra, e parte dele desmontou. Retrabalho não empolga tanto quanto montar um novo. Quando começo um novo quebra-cabeça passo dias montando, durmo tarde, aproveito cada momento livre para montar. Também tem momentos que passo dias sem montar, seja por falta de tempo ou outro motivo, e depois volto a montar.
Quais benefícios você percebe em montar quebra-cabeças?
Para mim serve como antiestresse, um tempo para relaxar e ao mesmo tempo manter minha mente ativa. Ajuda muito a exercitar a paciência, treinar o foco e a memória. Não é simplesmente encaixar peças, mas um exercício de persistência e organização, sem perder a diversão de vista. Quando feito sozinho, aprendemos a gostar da nossa própria companhia cada vez mais. Mas caso você também tenha alguns amigos nerds, se torna um momento de desafio em grupo muito divertido, pois montar não exige silêncio.