Uma enchente repentina em Valência, no leste da Espanha, deixou 64 mortos e provocou grande destruição na região, informaram as autoridades locais nesta quarta-feira, 30. Chuvas torrenciais transformaram ruas de vilarejos em rios, arrastaram veículos e interromperam estradas e linhas ferroviárias, resultando na pior enchente registrada no país em décadas.
As chuvas intensas começaram na terça-feira, 29, causadas por uma frente fria e agravadas pelo aumento da temperatura no Mar Mediterrâneo, de acordo com meteorologistas. A cidade de Valência, a terceira maior da Espanha, foi fortemente atingida, especialmente nas áreas ao sul. Municípios vizinhos, como Turís e Utiel, registraram índices pluviométricos equivalentes ao esperado para o ano inteiro. Em Paiporta, cidade conurbada com Valência, a prefeita afirmou que o município está “incomunicável” e pode ter “dezenas” de vítimas.
Em resposta à tragédia, o governo espanhol decretou três dias de luto oficial e o primeiro-ministro Pedro Sánchez recomendou que os moradores evitem sair de casa e desaconselhou viagens às áreas afetadas, onde novos riscos de tempestade ainda persistem. O serviço meteorológico da Catalunha emitiu alerta vermelho para a região de Barcelona, prevendo ventos fortes e granizo.
As autoridades locais orientaram que a população das regiões mais afetadas permaneça em casa. O presidente regional de Valência, Carlos Mazón, destacou as dificuldades enfrentadas pelas equipes de emergência. “Se os serviços de emergência ainda não chegaram, não é por falta de recursos, mas por dificuldades de acesso”, afirmou Mazón, que descreveu o resgate em algumas áreas como “absolutamente impossível” no momento.