Como se constrói uma ponte?

EDUCAÇÃO PÓS-ENCHENTE

Como se constrói uma ponte?

Estudantes do 4º ano pesquisam sobre engenharia civil e expõem projeto na 6ª Feira Estadual de Ciências Univates e a 13ª Feira de Ciências Univates

Como se constrói uma ponte?
Keila, Pyetra, Milena e Felipe fizeram um amplo estudo sobre a construção de pontes (foto: divulgação)

Estande organizado, maquetes e cartazes expostos. Quatro alunos uniformizados, preparados e com apresentação na ponta língua. O projeto “Como as pontes são construídas” esteve entre os trabalhos expostos na 6ª Feira Estadual de Ciências Univates e a 13ª Feira de Ciências Univates, nos dias 17 e 18 de outubro, em Lajeado. No total, 271 projetos foram inscritos e 100 selecionados, entre eles, o do 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Pretto, de Travesseiro.

A motivação para pesquisar sobre engenharia civil foi a queda da ponte que liga Marques de Souza e Travesseiro, município onde está localizada a Emef Pedro Pretto. Conforme a professora Cristiane Jussara Relly, depois da enchente, no retorno às aulas, o assunto ficou muito evidente. “Falamos muito sobre a queda da ponte. Os alunos não entendiam como poderia uma estrutura daquele tamanho quebrar, cair.” Além disso, observaram que a força da água havia levado outras pontes, pinguelas e pontilhões em diversos municípios do Vale do Taquari. O contato entre as pessoas estava muito prejudicado, com muitas comunidades isoladas. “Então surgiu a pergunta: como se constrói uma ponte?”, lembra a professora. Diante do questionamento, Cristiane e a colega Malena Senter iniciaram a orientação à pesquisa com os alunos Felipe Hammes da Silva, Milena Yasmim Ferreira, Pyetra Aparecida Farias Pace e Keila Cristina Hefle.

Conforme os estudantes, era importante compreender o melhor processo de construção e os impactos na comunidade. “O projeto envolveu saídas de campo, pesquisa, discussão em grupo e montagem de maquete,” conta Keila. Uma das saídas foi até o local onde caiu a ponte sobre o rio Taquari. “Vimos que a técnica de construção era de caixotes tubulares”, destaca Pyetra. O grupo também visitou duas empresas alimentícias, que tiveram dificuldade para o transporte.

Na feira, os visitantes poderiam saber detalhes do estudo, apresentado pelos integrantes do grupo e também em cartazes explicativos, maquetes e por meio de um jornal criado pelos estudantes. Felipe explicava que existem oito tipos de construções de ponte: a treliçada, a pensil, estaiada, a ponte em arco, em laje apoiada, suspensa, ponte balanço e ponte de mísula.

As colegas Milena, Keila e Pyetra destacavam as técnicas e materiais utilizados nas obras.

O projeto, conforme a professora, esclareceu aos alunos as razões porque estas obras são demoradas. “Há necessidade de diversos estudos preliminares.”

Experiências

Na feira de ciências, além de apresentar o seu trabalho, os estudantes puderam conhecer outros projetos. “Eles compartilharam aquilo que aprenderam na sua pesquisa. E também puderam aprender sobre os demais projetos expostos no evento.”

Sobre as feiras de ciências

A 6ª Feira Estadual de Ciências Univates e a 13ª Feira de Ciências Univates: Descobrindo Talentos para a Pesquisa e Tecendo Redes Interdisciplinares ocorreram nos dias 17 e 18 de outubro, no Complexo Esportivo da Universidade do Vale do Taquari – Univates. Neste ano, foram inscritos 271 projetos para 100 vagas.

Os eventos integram o projeto de extensão Feira de Ciências: Pesquisa e Inovação e ocorrem na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, que tem como premissa a popularização da ciência, da tecnologia e da educação científica. Segundo a coordenadora do evento, professora Jane Herber, a feira sempre teve a característica de ser multidisciplinar. “Em 2024, a temática envolvendo a enchente se destaca. Por meio dela, os projetos abordam questões voltadas para o meio ambiente, questões climáticas e um olhar para as cidades”.

As Feiras de Ciências buscam estimular a produção científica em diferentes níveis de formação e áreas do conhecimento, valorizando as interações dos objetos de estudo com as demandas socioambientais e tecnológicas em uma perspectiva inclusiva, empreendedora e interdisciplinar.

Escolas de Educação Básica e de Ensino Técnico das redes pública e privada do Rio Grande do Sul inscreveram seus projetos, dos quais 101 foram selecionados para apresentação, sendo 12 deles de feiras afilia- das e um trabalho inscrito na Mostra Kids. Os trabalhos são distribuídos em quatro categorias: Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano); Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano); Ensino Médio e Ensino Médio Profissionalizante, incluindo o Curso Normal; e Ensino Técnico/Pós-Médio.

Neste ano, participam estudantes de escolas de Venâncio Aires, Nova Bréscia, Santa Clara do Sul, Travesseiro, Lajeado, Arroio do Meio, Carlos Barbosa, Mato Leitão, Teutônia, Coqueiro Baixo, Imigrante, Roca Sales, Estrela, Vespasiano Corrêa, Santa Cruz do Sul, Montenegro, Gravataí, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Forquetinha e Encantado.

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