O projeto estudantil “Planejamento urbano sustentável: como cidades-esponja evitam cheias de rios” rendeu aos autores a participação no XIV Fórum de Iniciação Técnico-Científica da Rede Sinodal de Educação, em setembro, no Campus Setrem, em Três de Maio/RS, e na 10ª Mostra Científica, do Colégio Teutônia, em outubro. Conforme o professor orientador do 2º ano do Ensino Médio, Germano Hollmann, o tema deste ano da mostra local foi bem abrangente: “A cidade e o campo: saberes e terrenos para conhecer e viver”.
O grupo formado pelos estudantes Cristian Matias Stahlhöfer, Laura Bernstein e Sophia Arendt Abrahão optou pela na área urbana. O foco: desenvolver projetos que mantenham espaços de lazer em áreas alagáveis e que de alguma forma contribuam para reduzir os impactos das cheias.
O trabalho “Planejamento urbano sustentável: como cidades-esponja evitam cheias de rios” foi desafiador. “Planejar uma cidade e, do início, pensar em forma de cidade-esponja é uma situação, mas criar um projeto para lugar onde tem prédios, praças, onde tem toda a estrutura, e tentar criar estratégias que ainda possam modificar as cidades é um grande desafio”, compara o Hollmann.
Cristian, Laura e Sophia optaram pelo desafio maior. Depois de uma conversa com a arquiteta Juliane Stahlhöfer, escolheram o município de Lajeado e propuseram alternativas para avenida Décio Martins Costa, Parque Professor Theobaldo Dick e Parque Beira Rio. Telhado verde, praça piscina, com tubos instalados para drenar água o solo, parque alagável, calçadas permeáveis, reservatório de água da chuva para reutilização de água da chuva na limpeza no pós-enchente, arborização e IPTU verde foram algumas sugestões.
Sobre a Mostra
O Colégio Teutônia realizou sua 10ª Mostra Científica de 7 a 21 de outubro, com a participação dos estudantes do Berçário ao Ensino Médio. Mais de 70 trabalhos exploraram o tema central “A cidade e o campo: saberes e terrenos para conhecer e viver”.
Para o professor e coordenador da Mostra Científica, Rodrigo Müller Marques, este ano o tema foi envolvente, porque o campo tem muita força. “Sabemos, também, que o mundo é ‘urbano’ e muitos dos compositores desta sinfonia chamada Colégio Teutônia habitam este espaço. Podemos dizer que ambos terrenos são locais de trocas pulsantes, movimento e vida.” Ele acrescenta que a Mostra Científica coloca-se, ano após ano, como um espaço de troca, diálogo e construção conjunta de saberes.
O trabalho de pesquisa científica iniciou ainda no mês de abril, cujos resultados foram apresentados à comunidade escolar em outubro. As abordagens são bastante diversas, como técnicas agrícolas, tecnologia no campo, inclusão, dialetos, qualidade de vida, entre outros.
“Para além da temática, fazer ciência com consciência e sensibilidade, usando um olhar aguçado e crítico na construção de terrenos científicos, foi nossa utopia desde o início. Muitas pessoas se envolveram nesta tarefa de conhecer e reconhecer os saberes do campo e da cidade, problematizando, criando objetivos, métodos e hipóteses, que após serem testadas, conduzem a resultados significativos, capazes
de fazer avançar compreensões e ações futuras dos mais diferentes agentes. A beleza da Mostra e do fazer científico está no ritual e no companheirismo”, conclui Marques.
O diretor do CT, Mauro Alberto Nüske, destaca as descobertas que a Mostra Científica oportuniza e sua temática voltada à realidade do campo e da cidade nas diversas abordagens. “A pesquisa propõe a reflexão sobre a realidade desses diferentes contextos da nossa região. Na cidade a vida segue um ritmo acelerado, no campo o tempo é regulado, muitas vezes, pelos ciclos da natureza, da fauna e da flora. O campo e a cidade são a materialização de um modo de vida, da terra para a mesa, cada etapa tem o seu valor”, finaliza,
agradecendo aos professores pelo trabalho e parabenizando os estudantes que fazem da Mostra Científica “mais uma oportunidade de ampliar seus conhecimentos”.