Vagas temporárias diminuem e aumenta procura por trabalhadores efetivos

COMÉRCIO NO FIM DE ANO

Vagas temporárias diminuem e aumenta procura por trabalhadores efetivos

Contratos para o último trimestre do ano são percebidos como oportunidades para funcionários serem efetivados. Entre os desafios das empresas, está a falta de mão de obra qualificada para atuação em todos os meses do ano

Vagas temporárias diminuem e aumenta procura por trabalhadores efetivos
Empresas relatam dificuldade em fechar vagas durante todo o ano. (Foto: Bibiana Faleiro)
Vale do Taquari

O aumento sazonal das vendas no último trimestre do ano apresenta perspectivas positivas aos lojistas. A demanda, no entanto, também exige que os empresários busquem mão de obra. Na região, além dos trabalhos temporários, a demanda é por empregos formais para todos os meses do ano. Falta de qualificação e um cenário pós-pandemia e enchentes dificultam contratações.

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL), a empresária Giselda Hahn estima um aumento de cerca de 10% para este ano no quadro de funcionários de empresas que adotam o contrato temporário na cidade. Por outro lado, afirma que grande parte das vagas abertas são de demandas antigas.

Segundo Giselda, o trabalho mudou nos últimos anos, a partir dos acontecimentos climáticos e sanitários na região e no mundo, e que os empresários encontram dificuldade em fechar vagas ao longo de todo o ano. Há quase uma década, ela lembra que o número de funcionários das empresas locais quase dobrava com as vagas temporárias.

Entre os fatores dessa mudança, cita a evasão de mão de obra após as enchentes, e a busca por profissionais de outras cidades como forma de manter os negócios. A flexibilidade de horários e a possibilidade de empregos remotos popularizados após a pandemia também são aliados.

Para este ano, a expectativa da CDL é boa aos empresários, com projeção de aumento de 10% a 15% nas vendas. “Somos uma região forte, com produtos e empresas qualificadas”, reforça Giselda.

De temporário a efetivo

Apesar do número baixo, alguns comércios continuam contratando de forma temporária para o fim de ano. Em uma livraria e papelaria do Centro de Lajeado, nos últimos meses do ano, a demanda exige a contratação de uma funcionária. O trabalho, em geral, permanece até o início do ano letivo, já que a volta às aulas é um dos períodos de maior movimento na loja.

Há cerca de quatro anos, é sempre a mesma funcionária contratada para o serviço. De acordo com a gerente da loja, a profissional já conhece os produtos e processos da empresa. Ela afirma que a busca por mão de obra é um problema recorrente nos últimos anos.

Dentro dessa realidade, o diretor de Eventos da Câmara do Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio de Estrela (Cacis), Leandro Kremer garante que mais de 80% das pessoas contratadas neste período e que fizerem um bom trabalho, serão efetivadas. “Os lojistas não estão contratando alguém temporário, estão contratando porque está faltando gente na equipe. A chance do trabalhador permanecer é grande”, afirma.

No estado

A pesquisa de empregos temporários 2024 da Fecomércio-RS traçou o perfil das contratações neste período do ano. O estudo aponta que 46% das empresas varejistas gaúchas devem realizar esse tipo de contratação. O volume de contratação de temporários deve ser maior do que em 2023.

A perspectiva, conforme a pesquisa, é de que 28,6% dos trabalhadores temporários contratados em 2024 sejam efetivados. A maior parte dos contratantes apontou que o início das atividades desses trabalhadores temporários deverá ocorrer até o mês de novembro. Entre os estabelecimentos, 49,6% apontaram que encerrarão contratos em janeiro de 2025.

A maior parte dos empreendimentos (88,8%) procura trabalhadores para função de vendas, mas também há vagas para caixa e estoque ou depósito. A pesquisa mostra, ainda, que 68,1% das empresas terão alguma exigência na escolha dos contratados. Entre as mais citadas, estão disponibilidade de horário (41,1%), grau de instrução (40,8%) e experiência na atividade (37,6%).

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