Sobram vagas e faltam trabalhadores. Essa é uma das preocupações centrais dos empresários da região. Unir os conhecimentos sobre os diferentes perfis produtivos da região, atrair jovens para a formação técnica e também famílias de outras localidades são as estratégias para mitigar essa carência.
Como forma de ouvir empresários e formar um documento regional sobre o mercado de trabalho, a Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), iniciou ontem a série de reuniões para criar um documento sobre empregabilidade e necessidade das empresas.
“Desde a enchente de setembro do ano passado, estamos com carência de pessoas para ocupar as vagas de trabalho. Para tentar reduzir essa dificuldade, vamos reunir escolas técnicas e as empresas”, destaca o presidente da CIC-VT, Angelo Fontana.
Nos dois primeiros encontros, na manhã de ontem em Lajeado e à tarde em Encantado, o Senai apresentou a listagem de formações disponíveis, os programas disponíveis para empresas e as iniciativas para qualificação por meio do Jovem Aprendiz.
“Nossa estratégia é ter um diagnóstico sobre cada cidade e microrregião. Estamos em um Vale dinâmico e com potenciais distintos. As necessidades são diferentes devido ao perfil produtivo de cada localidade”, ressalta Fontana.
Segundo o gerente de operações do Senai Vale do Taquari, Jerry Hibner, a aproximação entre a escola técnica e o setor produtivo é uma exigência frente ao cenário do mundo do trabalho. Na avaliação dele, conhecer as necessidades de cada segmento industrial serve de base para a busca de cursos específicos.
“A região tem um alto índice de empregabilidade, mas também enfrenta uma crescente demanda por mão de obra técnica. Nossa missão é oferecer formações que atendam às necessidades do mercado”, afirma.
O Senai tem duas unidades na região (além de Lajeado, em Guaporé). Também há postos de atendimento em Teutônia, Encantado e Serafina Corrêa. Por dia, mais de mil alunos frequentam as escolas. Por ano 1,5 mil estudantes se formam em algum curso dentro do programa Jovem Aprendiz, além de 1,1 mil alunos nas formações de nível técnico e qualificação.
Visão de futuro
“Temos oportunidades e há poucos interessados. Estamos aceitando até pessoas sem conhecimento, se precisar, a gente ensina”, afirma José Zagonel. Empresário da construção civil, afirma escassez de mão de obra em todas as áreas.
Ao lado dele, o filho e presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Joni Zagonel, complementa: “precisamos criar um ambiente que estimule o jovem e que atraia esses futuros trabalhadores à indústria.”
De acordo com ele, as empresas do Vale do Taquari oferecem boas chances de desenvolvimento pessoal, com salários maiores do que a média gaúcha. “Seja para o trabalho ou para a formação, nossa preocupação é conseguir com que os trabalhadores possam vislumbrar possibilidades de um ótimo futuro”, realça.
Técnica e comportamento
A metodologia de ensino/aprendizado se sustenta na resolução de problemas reais. “Aqui a gente coloca a mão na massa. Aprendemos fazendo”, diz Hibner. Na avaliação dele, essa é uma das formas de manter a atenção dos jovens. “Queremos que eles se sintam parte das equipes. Desafiamos as turmas a partir dos projetos.”
O diretor regional do Senai no RS, Carlos Trein, frisa o propósito de preparar o jovem para os desafios da vida adulta, com uma união entre conhecimento técnico e comportamento. “Queremos que o aluno aprenda na prática e tenha um desenvolvimento das competências técnicas, sem esquecer das habilidades socioemocionais, algo muito importante no mercado de trabalho de hoje.”
Números do Senai
- Há duas unidades na região: Guaporé e Lajeado, além de postos de atendimento em Teutônia, Encantado e Serafina Corrêa;
- Por dia, cerca de mil alunos frequentam as unidades;
- Por ano, 1,5 mil se formam em algum curso profissionalizante dentro do programa Jovem Aprendiz, além de 1,1 mil alunos em cursos de formação profissional de nível técnico e qualificação;
- São 4 cursos credenciados em nível médio: Técnico em Automação Industrial, Eletroeletrônica, Eletrotécnica e Eletromecânica;
- Ainda há outros 13 de evolução profissional, oito de aprendizagem industrial básica;
- Também há 18 unidades móveis em diversos segmentos tecnológicos;
- Com cursos customizados dentro das empresas e para os 42 municípios da área de abrangência no Vale.