As tratativas entre o governo de Lajeado e a Corsan/Aegea dominaram, pela segunda sessão consecutiva, as manifestações de vereadores na sessão desta terça-feira, 29. As críticas são para a postura do prefeito Marcelo Caumo em não estabelecer debates com as entidades do município sobre o aditivo com a empresa para a prestação do serviço de abastecimento de água e tratamento do esgoto nos próximos quase 40 anos.
O tema desta vez avançou até entre integrantes da base de governo. Alex Schmitt (PP) salientou que os investimentos projetados no contrato vigente não ocorreram, o que eleva a suspeita sobre as novas promessas. “Ao meu ver acertam as entidades ao cobrar que esta renovação não seja assinada de imediato, sem uma melhor análise mais transparente. Me parece acertado que neste momento se dê efetividade ao contrato atual e mais adiante avaliar as melhores alternativas. Minha posição é que por hora este contrato não seja renovado”, indicou.
Outro integrante do governo, Deolí Gräff, (PP) pediu cautela na oficialização de acordos sem uma análise aprofundada. “Me parece oportuna a proposta do fórum das entidades de uma nova licitação, que a Corsan poderia participar e se estudaria a melhor proposta”, justificou.
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Os vereadores da bancada do MDB endossaram a necessidade de uma discussão mais extensa em relação ao aditivo. “Não veio para esta casa ainda uma cópia do termo aditivo ou negociações que ele individualmente estava fazendo”, cobrou Márcio Dal Cin (MDB).
Carlos Ranzi (MDB) sugeriu a inclusão da câmara no Fórum das Entidades de Lajeado para acrescentar aos debates estruturais do município. “Assinar este contrato é uma irresponsabilidade para quem vai pagar esta conta, a população, pelos próximos quase 40 anos”, resumiu.
Eder Spohr (MDB) repetiu sua preocupação com os valores que envolvem o contrato. Segundo ele, há uma tentativa do governo em ludibriar os lajeadenses. “Quem é abastecido pela prefeitura verá o valor da sua água quase dobrar. Está na hora de todos vereadores se posicionar quanto a isso”, alertou.
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O impasse deu-se após o Fórum das Entidades manifestar contrariedade aos temos do acordo que foram tornados públicos em reportagem do Grupo A Hora. O Ministério Público (MP) organiza uma audiência pública sobre o tema e acompanha os trâmites. A bancada do MDB na câmara de Lajeado apresentou requerimento com o pedido de uma reunião organizada pelo Legislativo com a participação de todos os envolvidos.
Entre outros temas abordados na sessão desta terça-feira, estiveram a fila de espera para exames e cirurgias no município que ultrapassa as 10 mil pessoas, os problemas de iluminação pública em vários pontos da cidade, A demora na retomada das obras na rua Pedro Theobaldo Breitenbach, no bairro Conventos e a falta de servidores para cobrança do estacionamento rotativo na área central.
Regularização de áreas autorizada
O único projeto votado na sessão desta semana trata de uma adequação do registro de áreas no bairro Floresta, onde será construída uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) com capacidade para atender cerca de 200 crianças.
Pelo texto aprovado, os terrenos passam a ser considerados áreas institucionais, o que permite a construção da estrutura no modelo determinado pelo governo federal, que destinará os recursos para a obra.
A próxima sessão será na terça-feira, 5, a partir das 17h.