O que mais te encanta na cultura gaúcha?
Desde pequeno estive em contato com a cultura gaúcha, mas com o passar dos anos foi ficando um pouco de lado. Há quatro anos conheci minha esposa, na qual sempre teve a família muito ligada ao tradicionalismo, e isso contribuiu para reacender a paixão antiga pela cultura. A primeira lembrança que me vem à cabeça quando o assunto é tradicionalismo, são as histórias que meu pai contava sobre meu bisavô, que tinha um cavalo preto, flor de especial, manso de selim de China.
O que mais prezo e valorizo é o costume gaúcho, com suas histórias e valores. Não posso deixar de citar também a música nativista, afinal é uma das lidas que mais prático no dia a dia, que é florear minha gaita.
Qual a importância da música na sua vida de tradicionalista?
Acredito que como todo gaúcho, a gaita fala mais alto na nossa música tradicionalista, com isso, me chamou a atenção e me fez ter vontade de aprender a tocar o instrumento. No começo não foi fácil. Sem dúvidas o maior desafio foi alinhar a coordenação motora. Um dos pontos positivos para aprender, foi conhecer o repertório gaúcho, sabendo como é cada música. Hoje faço aula com um professor de Candelária, seu Erick de Lima. O cara é 100%.
Como começou a frequentar o CTG Erva Mate?
Ingressei no Erva Mate há 4 anos. Meu sogro sempre foi deste CTG e me fez o convite. Atualmente participo do departamento de cavalgadas. Todo ano o CTG participa das cavalgadas de acendimento da Chama Crioula. Ano passado percorri 270 km vindo de Cristal para Venâncio Aires, e neste ano 480 km vindo do Alegrete. Todo o trajeto é feito às patas de cavalo. O CTG Erva Mate é um dos que mais tem cavalgadas em sua história. Já foram 42 cavalgadas da Chama Crioula, todo ano partindo de uma cidade diferente no RS.
Por que a indumentária gaúcha é tão importante para você?
A pilcha é um patrimônio do nosso estado, na qual precisamos ter orgulho. Bombacha e alpargata sempre estão presentes, quando há um evento mais social, como formatura ou casamentos, aí uso uma pilcha mais social, com lenço, bota, etc. Quando saio a cavalo uso algo mais “campeiro”, como botas mais surradas, chapéu… Existe uma peça que tem um significado emocional, um lenço maragato que ganhei do meu falecido avô.
Há algum momento marcante na sua trajetória?
Sem dúvida foi quando chegamos da cavalgada do Alegrete neste ano, afinal, foram 22 dias longe de casa, reencontrar a família foi ótimo. Meus familiares gostam do tradicionalismo, mas não vivenciam da mesma maneira que eu. O jovem é o futuro da nação, cabe a nós seguirmos com os costumes e ideais.