Lajeado cobra Estado para instalar batalhão dos bombeiros

Resposta às catástrofes

Lajeado cobra Estado para instalar batalhão dos bombeiros

Episódios climáticos extremos mais frequentes aumentam o número de ocorrências e mostram a necessidade de reforço nos efetivos para atendimentos de emergência. Hoje o comando dos cinco quartéis da região está em Santa Cruz do Sul

Lajeado cobra Estado para instalar batalhão dos bombeiros
Por dia, são entre três ou quatro bombeiros direcionados para atender as ocorrências. Unidade de Lajeado também é responsável por outros 12 municípios. (Foto: Filipe Faleiro)
Vale do Taquari

A região foi o epicentro de duas das maiores inundações da história do RS e do país. As catástrofes deixaram lições. Desde a necessidade em tornar as cidades e as populações mais resilientes, quanto em melhorar a resposta no atendimento de emergência.

Com isso em mente, o governo de Lajeado provoca o Executivo gaúcho para instalar um batalhão dos bombeiros na cidade. “Precisamos de um comando regional que esteja aqui. Assim como temos na Brigada Militar e na Polícia Civil”, destaca o prefeito Marcelo Caumo.

Hoje, há cinco unidades dos bombeiros militares na região.

Além de Lajeado, os quartéis ficam em Estrela, Encantado, Taquari e Venâncio Aires. São pouco mais de 100 bombeiros distribuídos nestas unidades. O comando das operações parte do batalhão de Santa Cruz do Sul.

O assunto foi apresentado em reuniões com os comandos geral dos bombeiros e da BM. Também foi debatido com o vice-governador, Gabriel Souza. “Precisamos da regionalização de todos os serviços de urgência. Essa é uma questão primordial e cabe ao governo do Estado essa competência”, frisa Caumo.

Os números das ocorrências desde 2023 apresentam aumento expressivo, em especial devido às intempéries climáticas. Entre os principais ao longo do ano passado até metade de 2024, estão o temporal de janeiro e as grandes inundações de setembro, novembro e maio. Foram mais de 1,4 mil na companhia de Lajeado, responsável pelo atendimento em 13 municípios.

Em termos de RS, até 2017, os bombeiros militares atendiam em média 101 ocorrências por dia. Hoje, são mais de 315/dia. Na análise do comando, essa elevação tem como causa acontecimentos de ordem climática e pressiona a corporação.

Aumento de efetivo

Em cada uma das companhias dos bombeiros na região, são cerca de 20 a 30 servidores. Organizados em regime de plantão 24 horas, há um déficit nas equipes de socorro. Seriam necessários pelo menos sete profissionais com treinamento para situações de risco. Atuam no máximo quatro por dia.

A expectativa é que com a instalação de um batalhão, o total de bombeiros salte dos atuais 100 servidores para algo em torno dos 120 até 150. Desde oficiais para organizar operações e gerenciar as equipes, quanto de bombeiros para atender as ocorrências.

Na defesa feita por líderes da região, além de mais efetivo, seria possível organizar os treinamentos para os voluntários.

“Lajeado assumiu a frente para cobrar o batalhão do Estado. Mas isso não quer dizer que é benefício só para o município. Adotamos essa postura pensando em termos de região. Pois com o comando regional, teríamos melhores condições para todos os municípios.”

Centro Regional de Defesa Civil

Em outra frente, município e Estado debatem a instalação do Centro Regional de Defesa Civil. O governo de Lajeado sugeriu a construção em área pública ao lado do quartel dos bombeiros, no bairro Montanha. Já o plano do governo gaúcho é avaliar mais áreas. Entre as possibilidades em terreno próximo a ERS-130, no chamado “Mato do Daer”.

Também há estudos para um prédio já pronto e que possa ser a sede da coordenação. Até o momento, o Piratini assegura que o Vale do Taquari terá a primeira estrutura, com previsão de inaugurar em 2025. A proposta é instalar nove centros no RS, com capacidade de reunir diferentes recursos humanos, além de coordenação e articulação mais adequadas às instituições e profissionais envolvidos na prevenção, preparação e resposta aos desastres.

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