Vereadores questionam postura do governo na negociação com a Corsan

CÂMARA DE LAJEADO

Vereadores questionam postura do governo na negociação com a Corsan

Cobrança é por espaço para entidades e legislativo participarem das tratativas. Ausência de convite para vereadores integrarem comitiva que esteve em Blumenau também rendeu críticas ao governo

Vereadores questionam postura do governo na negociação com a Corsan
Sessão teve críticas para o governo (Foto: Henrique Pedersini)
Lajeado

As tratativas para a renovação do contrato entre Lajeado e a Corsan/Aegea pautou vários dos discursos durante a sessão da câmara desta terça-feira, 22. Em meio a leituras de reportagens do Jornal A Hora dos últimos dias sobre o tema, vereadores cobraram que o governo ouça líderes de entidades e o próprio Legislativo, antes de assinar o novo acordo em relação ao abastecimento de água e tratamento de esgoto no município.

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O assunto foi abordado pelos seis integrantes da bancada do MDB. A manifestação mais ríspida foi de Waldir Blau (MDB). “Mentiroso é o nosso prefeito. Tu já tem um emprego garantido nessa empresa, já está negociado. O senhor vai entregar a água 30 anos para uma empresa que não se sabe o que vai fazer em Lajeado, o que se sabe é que o valor da água vai aumentar”, esbravejou. Blau ainda insinuou que Caumo terá dificuldades para obter apoio nos bairros de Lajeado em uma possível eleição de 2026 em função da condução nas negociações com a Corsan.

O mesmo tom foi adotado por Márcio Dal CIn (MDB). O vereador questionou a falta de acesso a minuta do contrato com a Corsan. “Negociação a portas fechadas e luz apagada, talvez. Pilantragem é o que ele está fazendo com a população de Lajeado, sem-vergonhice”, declarou.

Eder Spohr (MDB) endossou as cobranças e questionou os investimentos prometidos em troca da gestão do fornecimento de água por 30 anos. O emedebista lamentou a quebra em uma promessa que as sociedades de água não seriam incluídas nas tratativas. “Essa empresa vai faturar R$ 2 bilhões e fala em R$ 20 milhões de outorga. Esse investimento de R$ 290 milhões que será feito terá um acrescimento de 70% na tarifa. É o pior negócio que Lajeado pode fazer”, analisou.

Carlos Ranzi (MDB) pediu atenção à minuta do contrato e citou que na véspera da eleição o discurso não era o mesmo do que a fala atual do prefeito Caumo. “Se a gente tiver uma câmara propositiva, que analise estes critérios com a dignidade que merece”, pontuou.

Marquinhos Schefer (MDB) elencou os atuais problemas no fornecimento de água em bairros de Lajeado. “Se assinarmos esse contrato aqui vamos dar uma dor de cabeça para nossa população”, resumiu.

Os seis integrantes da bancada do MDB repercutiram o impasse entre o governo e a Corsan/Aegea

Após o Fórum Das Entidades manifestar contrariedade sobre a postura adotada pelo governo em não ouvir a opinião de líderes locais sobre as condições do acordo, o assunto chegou até o Legislativo e rendeu discursos fortes nas duas últimas sessões.

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Polêmica sobre viagem para Blumenau
O presidente da Câmara, Lorival Silveira, reprovou a falta de um convite formal para vereadores participarem da visita de representantes do município à Blumenau (Santa Catarina) e conhecer o modelo de prevenção e enfrentamento a desastres naturais. “Fiquei decepcionado com o Executivo, que esqueceu de convidar a câmara para participar desta viagem. Muitos que vi na foto não sabe 10% do que um vereador sabe das consequências de uma enchente. Nos valorizar, por que quando precisa de nós, chamam”, afirmou.

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Apesar de Paula Thomas (PSDB) e Fabiano Bergmann – Medonho (PP) integraram o grupo que esteve em Santa Catarina, não houve um pedido formal para indicação de representante do Legislativo. Ana da Apama (PP) reforçou a insatisfação e cobrou protagonismo para a câmara nas decisões importantes de Lajeado, em especial para os vereadores que integram a base de governo. “A primeira ingratidão e falta de consideração nós tivemos agora”, lamentou.

Único projeto aprovado
Das três matérias que integravam a Ordem do Dia, apenas uma avançou. Trata-se de uma permuta de terrenos entre o município e as empresas Docile Alimentos e NJH Administração e Participações SA, que permitirá a expansão da marca de doces com atuação internacional. Os outros dois textos permanecem na casa.

Cobrança por evolução em obras
Alex Schmitt (PP) pediu atenção das entidades, imprensa e dos governos estadual e municipal para projetos estruturais considerados por ele como importantes para Lajeado. Entre as demandas, o progressista citou a reabertura do Colégio Castelo Branco (Castelinho), definição sobre a Escola Fernandes Vieira, pavimentação do acesso à ponte de ferro e exército, além da dragagem do Rio Taquari, conclusão de moradias para desabrigados da enchente e reabertura do INSS em Lajeado. “Também tem a autorização para o novo viaduto que liga o Hidráulica e Alto do Parque sobre a BR-386, a alça de acesso a BR-386 no São Cristóvão e a ligação do Florestal com o Montanha”, complementou.

A próxima sessão ocorre na terça-feira, 29, a partir das 17h.

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