“Não tem como viver assim, não tem como estender a roupa, abrir a janela ou a porta. Estamos comendo pó”. Residente da rua Henrique Eckhardt, no bairro Floresta, Janiara Stroher é uma das moradoras do bairro insatisfeita com as obras na via. A rua passa por asfaltamento, por meio da pavimentação comunitária. Moradores relatam que faz mais de duas semanas que não aparecem equipes e maquinários para dar continuidade ao trabalho. A obra é prevista em um trecho de 412 metros.
A pavimentação comunitária foi aprovada na Câmara de Vereadores de Lajeado, sendo o município responsável por nivelar e preparar a base da estrada para receber o asfalto. A empresa que fará o serviço já foi contratada pelos moradores, e muitos deles, inclusive, já quitaram suas partes. Mais de 15 famílias residem na Henrique Eckhardt.
Janiara diz que em dias muito secos, a poeira é intensa, em especial com o grande número de caminhões que passam pelo local. “Minha bebezinha está tomando antialérgico por conta desse pó. Estão nos deixando por último na fila de prioridades”.
Outra moradora, Madalena Becker, diz não ser possível estender roupa ou abrir janelas. “O jeito é trancar a rua, seria o último caso. Se colocar a roupa na rua, pode lavar de novo”.
Demanda antiga
Presidente do bairro Floresta, Jaime Boger diz que essa é uma demanda antiga dos moradores, de pelos 10 anos, mas que ganhou força há cerca de três. O projeto de pavimentação comunitária foi aprovado em julho e as obras no trecho iniciaram em setembro.
Boger comenta sobre a falta de informação recebida pelos moradores sobre o cronograma de obras ou sobre a situação do trabalho. “Os moradores, estando a par, poderiam se acalmar”. Outro morador, Lauri Kluge também demonstra insatisfação. Os vizinhos acreditam que, de 45 dias do início dos trabalhos, menos de 15 foram trabalhados no local.
Prazos e obstáculos
Coordenador do Departamento de Serviços Urbanos de Lajeado, Cassiano Jung destaca que, como a Rua Henrique Eckhardt fica entre Lajeado e Cruzeiro do Sul, a responsabilidade da obra é dos dois municípios. Segundo ele, parte dos materiais pesados ainda será depositado pela prefeitura de Cruzeiro do Sul, antes de finalizar a base da estrada.
Jung comenta que a obra está parada há cerca de duas semanas, também por conta de um período de chuvas, que dificultou o andamento do trabalho. Os dois municípios são responsáveis pela preparação da estrada e do meio fio. Jung garante que essa base pode estar pronta entre 15 e 20 dias. O próximo passo será a pavimentação feita por empresa contratada pelos moradores.
Duplicação
Situação semelhante também é percebida no bairro Conventos. Moradora da localidade, Patrícia Santos Carvalho passa de moto por uma das ruas mais críticas do bairro todos os dias para ir trabalhar. Com obras da duplicação na Rua Pedro Theobaldo Breidenbach inacabadas, buracos e desníveis geram situação de risco a quem trafega pela via. “É perigoso. Esses tempos tinha brita no lugar e quase caí”, comenta.
A moradora conta que as obras já estão paradas há mais de um mês. E a poeira é outro problema enfrentado pela vizinhança.
No caso da Rua Pedro Theobaldo Breidenbach, o coordenador do Departamento de Serviços Urbanos de Lajeado, Cassiano Jung, afirma a conclusão da obra com a construtora Giovanella será feita dentro do prazo do contrato. Jung afirma que a empresa está em outros projetos do município, que também ganharam importância nas últimas semanas.
Além disso, ainda há a necessidade de falar com proprietários de terrenos que terão que ceder pedaços de áreas para continuar a duplicação. Segundo Jung, esse, além das condições do tempo, são os principais obstáculos da obra hoje. A expectativa é que o asfalto na localidade seja entregue até o fim do ano.