A qualidade da água e o cenário desolador

Opinião

Luciane E. Ferreira

Luciane E. Ferreira

Jornalista

A qualidade da água e o cenário desolador

A cada seis meses acompanho a coleta de amostras de água de rios e arroios da região com intuito de identificar o Índice de Qualidade da Água (IQA) dos mananciais da região. De outubro de 2023 pra cá, o cenário só piora. A sequência de enchentes (setembro e novembro de 2023 e maio de 2024) tem deixado rastros cada vez piores. O leito dos rios e arroios sofreram drásticas mudanças, a mata ciliar praticamente inexiste. Tudo isso pode até não parecer novidade. Entretanto, assim como os nossos olhos se adéquam quando entramos em um ambiente escuro, corremos o risco de nos acostumar com os cenários devastados. Aí está o perigo.

Não dá pra acostumar com o rio sem mata ciliar, não dá pra acostumar com grandes faixas de areia e cascalho  nas margens, assim como a pouca profundidade e a enorme quantia de entulhos presos a pilares de pontes. Corremos o risco de ficarmos inertes. Precisamos de ação!

Outubro de 2022 (Foto: Luciane Eschberger Ferreira)

Outubro de 2024 (Foto: Luciane E. Ferreira).

Monitoramento

Ontem, o Grupo A Hora iniciou a 6ª etapa do monitoramento da qualidade da água de rios e arroios da região.  As coletas ocorrem uma vez por semestre, desde 2022. A iniciativa, dentro do projeto Viver Cidades, tem o propósito analisar as amostras e revelar o Índice de Qualidade da Água (IQA) em pontos da Bacia Hidrográfica  do Rio Taquari. E, a partir dos dados apurados pelo Laboratório Unianálises, alertar entes públicos e privados e comunidade sobre a situação dos cursos d’água. Desde o início, o IQA não sai das faixas ruim e péssima – numa escala que ainda prevê regular bom e ótimo. A grande quantidade de despejo de carga orgânica, leia-se esgoto doméstico, é uma das razões que colaboram para manter o índice nas duas piores faixas.

Lições de casa

Temos lições de casa. O Grupo A Hora vem alertando a cada seis meses desde 2022 sobre a necessidade de   investimentos em saneamento básico, em descarte e coleta eficiente de lixo, em educação ambiental, em   fiscalização e por aí vai… Outra lição importante é olhar para os mananciais e, sem demora, recuperar mata   ciliar, rever os planos diretores.

Semana Lixo Zero

Com a proposta de estimular a redução, reutilização e reciclagem de resíduos e promover espaços de discussão sobre o assunto, a Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Sema) de Lajeado iniciou   ontem a programação da 4ª edição da Semana do Lixo Zero. As atividades vão até sexta-feira.

Entre as atividades oferecidas à comunidade estão a “Campanha Sacola de Pano: Troque 1kg de alimento por   uma ecobag”. Nesta terça, quarta e quinta-feira, o atendimento é das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h45, e na  sexta-feira, das 8h às 14h. Locais de troca: Prefeitura de Lajeado (Rua Júlio de Castilhos, 434, e Salão Paroquial na Rua Borges de Medeiros, 150), Secretaria do Meio Ambiente (Rua Salzano Vieira da Cunha, 15, junto ao  Parque do Engenho) e Jardim Botânico de Lajeado (Rua Carlos Spohr Filho, 3655).

O mutirão de construção de composteira coletiva no bairro Centenário ocorrerá na quarta-feira, às 15h30, na praça da rua Eduardo Theodoro Stroher. E a caminhada Ecológica – Plogging: Conscientização e recolhimento  de resíduos será no sábado, 26, às 9h, com saída da Prefeitura de Lajeado e chegada no Parque do Engenho.  Outras informações sobre a programação pelo WhatsApp (51) 3982-1099.

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