Viena estuda tragédia gaúcha por meio da Univates

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Viena estuda tragédia gaúcha por meio da Univates

Mesmo ao passar incólume pelas piores enchentes em cinco séculos, cidade europeia quer aprender mais sobre o que aconteceu no Vale e no Rio Grande do Sul em setembro e maio. E para janeiro, querem sugerir até cinco intervenções para o Vale do Taquari.

Universidade de Viena, da Áustria, busca a Univates para estreitar relacionamentos e estudos sobre a maior tragédia ambiental do Brasil neste século.

Cortada pelo rio Danúbio, a capital austríaca convive com inundações e soube, ao longo dos anos, promover ações e criar uma cultura orientada à prevenção.

Não por menos, passou incólume pela tempestade Boris, que provocou recordes de chuva em setembro passado. Apenas em cinco dias, caiu duas a cinco vezes mais chuva na capital Viena do que toda média mensal de setembro. Ainda assim, os estragos foram pequenos.

Para termos uma ideia, o sistema de defesa contra enchentes de Viena é projetado para lidar com um volume de cheias de 14 mil metros cúbicos por segundo, o que equivale a uma enchente que acontece a cada 5 mil anos.

A exemplo do Rio Taquari, o Danúbio exerce papel fundamental no contexto local. Por meio da parceria construída, a universidade de Viena vai propor cinco intervenções práticas para serem implantadas a título de prevenção e construção de uma nova cultura no Vale.

O caminho da água de Lajeado

Lajeado já perdeu muito tempo no assunto Saneamento Básico. O novo contrato a ser feito – com ou sem Corsan – definirá os rumos da cidade para as próximas décadas. (Foto: Filipe Faleiro)

Marcelo Caumo marcou reunião com o Fórum das Entidades para as 14h da próxima quinta-feira. Para lá, levará detalhes e todas as explicações sobre a proposta de assinar o aditivo ao contrato firmado em 2008, que agora recebe novas cláusulas sobre obras e investimentos por parte da companhia. Caumo reforça que o aditivo ainda não foi assinado e tudo foi levado ao Ministério Público para dar transparência e ter um olhar de coletividade. O prefeito também reforça que o debate foi dividido em três eixos: esgoto, água e outorga. Cada um tem um capítulo à parte.

O prefeito Caumo sabe da complexidade e do teor polêmico do debate. Ainda assim, faz considerações coerentes e pertinentes acerca do tema: “não assinar o aditivo com a Corsan/Aegea significa levar este contrato até sua data final, 2032. Romper o contrato para abrir nova licitação significa levar a discussão para o judiciário com difícil resolução da questão antes de 2032”. Faz todo sentido. Judicializando o tema, Lajeado poderá perder tempo precioso para atender ao marco regulatório.

Por essas e outras razões, o tema requer análise ampla e contextualizada. Cabe destacar que Lajeado é um dos poucos municípios do Estado que segue tensionando a relação com a Corsan para barganhar melhores investimentos, antecipar obras, aumentar a outorga e prolongar o tempo de congelamento da tarifa.

E a manutenção da 129?

Já reza o adágio: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O Estado já prometeu, várias vezes nestes últimos meses, de que a ERS-129 entre Colinas e Roca Sales está entre as obras de asfaltamento a serem feitas assim que a ponte da 130 estiver reconstruída. Aguardemos até o Natal.

O que me torna a escrever sobre o tema é o estado atual da rodovia. A sensação é de abandono completo. As imagens que chegam mostram uma rodovia sem condições de receber tráfego de veículos. O Estado errou no passado em não asfaltar a estrada e ignorar tantos e tantos pedidos dos moradores. E segue errando em não manter a manutenção permanente do trecho neste período em que ela é uma das duas ligações da parte baixa para a alta do Vale do Taquari.

Por tudo isso, entendo a desconfiança da comunidade que não acredita na promessa de asfalto.

TIRO CURTO

  • A entrada de Aquiles Mallmann (PP), o Cascão, na câmara de Lajeado renova a esperança dos líderes no setor do comércio sobre demandas antigas e que interferem no varejo. A principal delas é a revitalização da rua Júlio de Castilhos e o estacionamento rotativo.
  • Na teoria, a maioria dos vereadores eleitos em Estrela não é da base de governo. A nova prefeita Carine Schwingel tem a opção de articular com a oposição. O detalhe é que Elmar Schneider, atual prefeito, quer estar nesta reunião. E dizem que ele fez planos para a presidência do legislativo e até os disputadíssimos Cargos em Comissão “CCs”.
  • Daiani Maria (MDB) é um dos nomes especulados para assumir a presidência da Associação de Vereadores do Vale do Taquari (Avat). Ela já esteve no cargo em 2023. Daiani foi reeleita na câmara de Cruzeiro do Sul com 321 votos. O futuro da Avat já está em debate nos bastidores.
  • No próximo dia 23 de outubro reúnem-se os prefeitos da Associação de Municípios do Alto Taquari (Amat). Entre os assuntos, o encaminhamento de quem será o próximo presidente do grupo que representa as cidades da parte alta. O atual presidente é o prefeito de Ilópolis, Edmar Rovadoski.
  • Fabiano Bergmann, o “Medonho”, foi reeleito vereador pelo PP em Lajeado. O mesmo ocorreu nas duas últimas eleições e ele foi designado para chefiar a secretaria de Obras. Caso Gláucia Schumacher reconduza Medonho ao cargo no Executivo (e se ele aceitar, é claro), a primeira suplente na câmara é Lisandra Quinot Persch. Ah, e o segundo é Heitor Hoppe, atual vereador.
  • Não renderam o efeito esperado algumas campanhas de panfletagem por candidatos a vereador no Vale do Taquari. Em Lajeado, por exemplo, uma candidata investiu R$ 3,4 mil entre panfletagem e militância e somou menos de 20 votos, considerado o dela.

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