“Vida no interior é sinônimo de qualidade de vida. É tranquilidade e segurança”

ABRE ASPAS

“Vida no interior é sinônimo de qualidade de vida. É tranquilidade e segurança”

Ela sempre morou no interior de Venâncio Aires, em diferentes comunidades do distrito do Vale do Sampaio. Mesmo hoje com bens materiais na área urbana, ela diz que jamais viveria de forma permanente na cidade. Trata-se da aposentada Helcida Jacobsen, de 64 anos. É casada com Érico. Tiveram três filhos, hoje com 44, 41 e 39 anos. Que residem hoje, além de Venâncio Aires, também em Camaquã e Santa Clara do Sul. Três também são os netos, 8, 5 e sete meses. Nesta entrevista ela reflete sobre infância, vida comunitária e valores interioranos

“Vida no interior é sinônimo de qualidade de vida. É tranquilidade e segurança”
Foto: acervo pessoal

Qual a importância no meio rural na tua vida?

O charme do interior nunca deve ser ignorado ou subestimado. É possível dizer, com tranquilidade, que as comunidades do interior possuem um encanto único, por mais que as cidades é que recebem mais atenção na maior parte do tempo. Longe da agitação das cidades, é possível manter um ritmo de vida mais tranquilo e relaxado, aproveitar os momentos em família e ter tempo para desfrutar as coisas simples da vida. Ao contrário do que acontece em muitas cidades, uma das características mais marcantes do interior é o forte senso de comunidade. Para quem gosta de manter contato com a natureza, morar no interior é uma solução de ouro. Afinal, você estará mais próximo das mais variadas paisagens naturais.

Como foi a infância e os avanços familiares?

Apesar da infância humilde, nunca faltou nada em casa. E claro recebemos também os maiores e mais consistentes valores familiares, como respeito, amor ao próximo, empatia e honestidade. Além disso, também a época nos permitiu termos literalmente uma infância raiz, em que brincávamos descalços, tomávamos banho despreocupados nos arroios, corríamos pelas lavouras e potreiros. Celular e internet não existiam e a TV chegou só mais tarde. Amigos de infância da época ainda hoje são grandes amigos pessoais. Tempos diferentes, sem dúvida. O casamento mais do que marcar o início de uma vida a dois, também exigiu a necessidade de agregar valor para que ambos pudessem contribuir monetariamente para as conquistas, que aos poucos, garantiram uma vida mais tranquila e propicia para criar nossos três filhos. Apesar de eles também terem tido uma infância muito saudável, educação e independência financeira já foi garantia de imediato para eles. Fui dona de casa responsável pela criação dos filhos, além de uma série de outras atribuições. Enquanto que meu marido avançava como autônomo profissional como marceneiro e ferreiro, atue por mais de 20 anos como confeiteira caseira, com produção de tortas, cucas e bolos.

Na infraestrutura, o interior avançou como na cidade?

Essa é outra questão importante. Passou o tempo das estradas precárias permanentes e poucas opções nos comércios. Nem todas as comunidades do interior têm ruas asfaltadas. Mas o asfaltou avançou bastante e garante outro ingrediente importante na qualidade de vida rural. Questões básica como, por exemplo, vias sem sinalização, são página virada. Além disso, o GPS veio também a contribuir para isso. A falta de opção comercial também deixou de ser uma realidade. É tranquila a diversidade das marcas nos estabelecimentos. A internet junto com os meios tecnológicos permite hoje a mesma qualidade instantânea de comunicação como na cidade. Além do mais, é no interior que hoje o turismo regional contribui de forma significativa. Opções variadas são uma realidade que garantem a renovação dos visitantes a cada final de semana.

Como avalia o senso comunitário do interior?

O senso comunitário do interior é diferente da cidade. Mesmo o senso comunitário exista de uma forma muito espontânea nas cidades da região, é no interior que a ligação é ainda mais próxima. As pessoas costumam se conhecer e se apoiar mutuamente, criando um ambiente acolhedor e solidário que se espalha por atividades comunitárias e momentos de necessidade. Sempre fui entusiasta voluntária na Associação Esportiva e Recreativa Terezinha (Aert), em que foi necessário ajudar desde na limpeza, na organização de ações e eventos, até em questões ainda pontuais: fritar pastéis para a venda em festas ou jogos de futebol. Participo do grupo de bolãozinho de mesa e do clube de mães. Também, o clube de mães foi importante nas integrações.

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