Já começo o texto saindo de cima do muro. O Gre-Nal 443 tem favorito sim, e é o Internacional. Isso não significa que o Inter irá vencer, pois toda projeção feita em um jogo de futebol pode ir por água abaixo a qualquer momento entre o apito inicial e o final. Mas, diferente do que muitos pregam, o clássico quase sempre tem favorito. E desta vez, claramente, é o lado vermelho do estado.
As razões são nítidas como o bom momento vivido pelo Colorado. Mudança de técnico nem sempre dá resultado, mas no Inter ele foi imediato. Roger Machado transformou um time apático e que vivia na iminência de brigar pelo rebaixamento em um time forte, que não perde há dez jogos, e está na parte alta da tabela.
Mas para haver um favorito, não basta apenas olhar para um dos times. É preciso olhar também para o teoricamente inferior, neste caso, o Grêmio. O ano de 2024 é ruim para o Tricolor e ainda pior para o treinador/ídolo/estátua Renato Portaluppi.
Mesmo com o título gaúcho, já normal para ele, Renato vive um ano a ser esquecido. Apresenta problemas na sua principal função, que é comandar a equipe. Perdeu pontos e jogos por erros de decisão e teimosias. Já foi vaiado e chamado de burro pelo torcedor. E, até quando vence ou vê boa atuação de seu time, vai para a coletiva e briga com jornalistas que só estão fazendo o seu trabalho.
Mas o jogo não é apenas dos treinadores. E dentro de campo o Inter também está melhor. No recorte recente de invencibilidade, o torcedor vê boas atuações de vários atletas. Rochet, Bruno Gomes, Vitão, Bernabei, Fernando, Alan Patrick, Gabriel Carvalho, Wesley e Borré vivem boa fase. O time ainda terá Rogel e Bruno Henrique para balancear, mas está muito bem ajeitado e não deve sentir a falta de ritmo do zagueiro ou a baixa produtividade do meio-campista que substituirá Thiago Maia.
No Grêmio precisamos nos exercitar mais para achar atletas que vivem boa fase. Eu diria que apenas Braithwaite, Aravena, Edenilson, Dodi e Villasanti chegam na partida com a “seta para cima”, jogadores de videogame entedenderão. O Tricolor não tem confiança no seu goleiro e no sistema defensivo, o que prejudica também a produção ofensiva.
Num exercício de imaginação de jogo, prevejo o Inter com mais posse de bola, dono das ações em campo, mas que enfrentará um Grêmio que estará mais compacto e pronto para explorar o espaço que tiver no contra-ataque. Será um bom jogo no Beira-Rio, onde qualquer um pode vencer, por mais que o favoritismo seja dos donos da casa.
