Uso de celular em sala de aula: proibir ou educar?

NOSSOS FILHOS

Uso de celular em sala de aula: proibir ou educar?

Especialistas avaliam nova proposta e destacam a importância de ensinar o uso consciente da tecnologia

Uso de celular em sala de aula: proibir ou educar?
Debate sobre o uso do celular foi tema do programa Nossos Filhos, apresentado no dia 10 de outubro. (Foto: Eloisa Silva)
Vale do Taquari

Um novo projeto de lei apresentado pelo Ministério da Educação (MEC) pretende regularizar o uso de celulares nas escolas. A proposta busca proibir o uso de aparelhos eletrônicos por parte dos estudantes nas escolas públicas e privadas, como parte da estratégia para melhorar a atenção em sala de aula. De acordo com o coordenador pedagógico do Ensino Médio do CEAT, Romério Schrammel, a média de QI do brasileiro é 83, um dado preocupante e que levanta debates sobre a educação e o uso das tecnologias no cotidiano.

Hoje, países como Canadá, Dinamarca e Finlândia já adotaram legislações semelhantes ao projeto idealizado pelo MEC, em que celulares são proibidos nos ambientes escolares. O resultado são alunos com melhora no aprendizado e redução da ansiedade. Já no Brasil, o debate divide opiniões entre educadores e especialistas em saúde.

“É um tema complexo. Cada país está fazendo seu encaminhamento, enquanto nós, na nossa realidade brasileira, estamos por conta”, destaca Schrammel. “Essa questão de proibir o celular em sala de aula ou até no espaço escolar não sabemos até que ponto será benéfica, porque fora da sala o aluno continuará usando o aparelho. Ao invés de ler um livro e fazer os estudos de casa, ele estará conectado ao celular o tempo todo”.

Para o médico pediatra João Paulo Weiand, é essencial que o uso consciente da tecnologia seja ensinado desde a infância, com a família desempenhando um papel central nesse processo. Hoje, o celular virou uma extensão do corpo para muitos jovens, que precisam de orientações sobre como e quando usar o aparelho.

“Vi um relato de um colégio público de São Paulo que proibiu o uso dos aparelhos em toda escola. Após um ano e pouco, eles perceberam a melhora de aprendizado e criatividade. O relato mais bonito é que as crianças voltaram às brincadeiras antigas na hora do recreio e houve um aumento da interação entre os alunos”, relata.

Schrammel reforça que, embora a proposta do MEC seja importante, apenas proibir o uso dos aparelhos não é suficiente. Sem regras claras dentro das famílias, a consequência será sempre negativa na escola. Mais do que proibir, é preciso ensinar os jovens a utilizar a tecnologia de forma consciente e produtiva.

Assista o bate-papo completo com o coordenador pedagógico de Ensino Médio do Ceat, Romério Schrammel, nas plataformas digitais do Grupo a Hora. O programa “Nosso Filhos” foi apresentado por Mateus Souza e pelo Dr. João Paulo Weiand. Patrocínio de Clínica Protege e Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT.

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