E a concessão das rodovias do Vale do Taquari?

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

E a concessão das rodovias do Vale do Taquari?

“Precisamos dar uma estocada no governo do Estado”. A frase é do prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, dita nos microfones da Rádio A Hora semana passada, ao se referir sobre a falta de informações e celeridade do Estado em relação ao Plano de Concessão de Rodovias que inclui as principais rodovias do Vale do Taquari – RSC-453, ERS-130 e ERS-129.

A observação de Jarbas é coerente e necessária. Conceder às rodovias à iniciativa privada é urgente, ainda mais diante do histórico de ineficiência já comprovado pela EGR.

É verdade que a catástrofe de maio impactou os processos e pode ter adiado a apresentação do edital por parte do governo gaúcho. Ainda assim, passado o período mais crítico e perto do fim do segundo ano do atual mandato de Eduardo Leite, convém a “estocada”.

Líderes das entidades regionais precisam se articular e colocar o assunto na esteira. Não podemos continuar reféns de um modelo perverso e ineficiente, ainda mais neste momento em que o Vale do Taquari precisa de obras estruturais e já está claro que a iniciativa pública sozinha não tem capacidade de resposta à altura.

Eduardo Leite só tem mais dois anos e dois meses de mandato. Se deixar tudo para 2025, corre-se novo risco de haver influência política aguda, tal qual aconteceu na campanha eleitoral de 2022, quando o mesmo governador tirou o assunto de pauta após as críticas das entidades regionais.

Depois disso, houve avanço. O Estado já aceitou incluir o freeflow no plano e contemplar reivindicações locais sobre cronograma e prioridade de algumas obras. Mas agora, depois de tantas idas e vindas, convém ao Estado reapresentar o plano e avançar naquilo que é o mais importante: tirar o projeto do papel para que o Vale do Taquari tenha uma “luz no fim do túnel” no que diz respeito aos próximos anos das rodovias estaduais.

A tal “estocada” que sugere o prefeito de Venâncio precisa ser articulada e ter participação das entidades regionais, a fim de mostrar união e alinhamento de ideias. É pra ontem.

Fórum das entidades cobra explicação de Caumo

A reportagem veiculada no Jornal A Hora do fim de semana: “Lajeado e Corsan finalizam contrato para água e esgoto”, causou desconforto (para dizer o mínimo) nas entidades que compõem o Fórum das Entidades de Lajeado.

Em reunião meses atrás no gabinete do prefeito Marcelo Caumo, meses atrás, estabeleceu que o avanço das etapas em relação a este assunto seria comunicado por parte do Executivo ao fórum. As entidades entendem que este firmamento de contrato e renovação da parceria entre o município e a Corsan precisa ser debatido com a comunidade e melhor avaliado diante do recurso em jogo.

Faz tempo que o prefeito Caumo e a equipe de governo negociam com a Corsan/Aegea a renovação do contrato, que agora está concluído.

Importante dizer que o prefeito tem autonomia para a tomada dessa decisão contratual sobre água e esgoto. Por outro lado, o Fórum das Entidades se sentiu desprestigiado em ser comunicado pela reportagem no Jornal A Hora de que o contrato estava concluído e em vias de assinatura. Tanto é assim que, ontem à tarde, comunicado expedido pelas entidades convocava o prefeito Caumo para uma reunião de alinhamento e de explicações a respeito da decisão. “Afinal, ele disse que nos chamaria para apresentar a evolução das conversas e qual caminho seguir. Agora ficamos sabendo as coisas pelo jornal. Ficou ruim e isso incomodou”, confessou ontem à tarde um dos integrantes do fórum.

TIRO CURTO

  • O MDB de Lajeado terá chapa na disputa pela presidência da câmara de vereadores. Nos bastidores, há tentativas de aproximação com o PL e PSDB, partidos que apoiaram o vitorioso PP nas eleições deste ano e somam nove cadeiras, contra seis da oposição. Claro, tudo teoricamente.
  • Em Colinas, o prefeito eleito, Marcelo Schroer, deu o recado em entrevista para o Grupo A Hora: o secretário de Agricultura terá que visitar o interior e manter contato com os produtores rurais. O nome ainda não foi definido, pelo menos, não publicamente.
  • Antes mesmo da eleição, Rafael Fontana deixou o PDT, partido em que ele era um dos principais nomes em Encantado. Antes que o nome dele seja especulado em qualquer cargo público, Fontana, por hora sem filiação partidária, afirma que seu foco é na recuperação da ferrovia para retomada do “Trem dos Vales”.
  • Chama atenção o que disse o vereador reeleito em Forquetinha, Henrique Krüger (PP) na primeira sessão após a eleição que rendeu a vitória para seu partido na majoritária. Krüger referiu-se a Marcelo Schmitz, candidato derrotado, como “Cavalo Paraguaio” pelos quatro insucessos nos pleitos de 2012, 2016, 2020 e neste ano.
  • Em segundas-feiras, Alex Schmitt (PP) costuma ocupar a cadeira “principal” do plenário na câmara de Lajeado para reunião das comissões permanentes. Pois é possível que ele venha a utilizar o mesmo espaço nas sessões de 2025, uma vez que o progressista é cotado para ser o primeiro presidente da próxima legislatura.
  • Em Cruzeiro do Sul, o prefeito eleito “Dingola” já definiu o nome do seu secretário de Agricultura. O titular da pasta será Gerson Kolling, 43 anos, que é servidor de carreira da pasta que vai chefiar a partir de 2025.

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