Tecnologias garantem qualidade de vida às pacientes

OUTUBRO ROSA

Tecnologias garantem qualidade de vida às pacientes

Avanço da medicina permite diagnóstico precoce e tratamento a fim de diminuir a letalidade da doença

Tecnologias garantem qualidade de vida às pacientes
Entre as formas de tratamento, estão procedimentos, como a quimioterapia. (FOTOS: Bibiana Faleiro)
Vale do Taquari

Principal câncer entre as mulheres gaúchas, o câncer de mama recebe uma campanha especial. Diante de um cenário com mais de 150 mil novos casos da doença no estado ao ano, o foco do Outubro Rosa é o avanço nos cuidados à saúde feminina. Desde a década de 1990, quando a iniciativa foi criada, a medicina apresenta cada vez mais tecnologias que possibilitam iniciar o tratamento mais cedo e prolongar a vida das pacientes.

Natural de Canudos do Vale, Gisela Monteiro, 44, faz parte da estimativa, e faz o tratamento contra o câncer no Hospital Bruno Born (HBB), em Lajeado. A história dela com a doença iniciou em 2022, quando sentiu uma alteração no seio direito e procurou ajuda. Depois de exames e de passar por uma série de profissionais, foi diagnosticada com câncer de mama.

Entre os principais sintomas percebidos, estava a sensibilidade, vermelhidão e inchaço na mama.
Gisela conta que assim que iniciou as consultas para descobrir do que se tratava, estava consciente de que poderia ser um tumor. Quando o médico deu o resultado, o problema era ainda mais sério.

“Um dos exames constatou que eu tinha metástase nos ossos. Já tinha se espalhado. Foi um susto, porque a gente ouve falar que não tem cura. Ali começou a quimioterapia”. Era março de 2023. Depois de oito sessões da terapia, também passou por cirurgia para retirada da mama e medicação constante para bloquear a doença.

“Continua aquela rotina, a cada 21 dias a medicação para bloqueio e um soro para os ossos, para controlar a dor. Faço exames regularmente”, conta Gisela. Apesar do tratamento e da retirada do tumor da mama, a agressividade da doença fez surgir este ano um novo nódulo, desta vez, no pulmão.

Gisela passa outra vez pela quimioterapia no HBB e continua com a medicação para os ossos. As consequências físicas da doença aparecem. Mas ela diz se sentir bem, apesar das dores.

Acostumada a trabalhar na roça com o marido, Gisela teve que se afastar do ofício e é o companheiro que toma a frente do serviço. O apoio da família tem sido essencial. E a vontade de viver mais tempo com os dois filhos é o que dá forças para suportar o tratamento. “A gente pensa em ficar bem para ter mais convivência com eles”.

Gisela Monteiro descobriu o câncer de mama em 2022 e, hoje, também luta contra a doença que se espalhou para os ossos e pulmão

Terapias avançadas

Uma das profissionais que acompanha Gisela é a cirurgiã oncológica do HBB, médica Caroline Frigeri. Formada há 20 anos, ela percebe uma evolução contínua nas formas de tratamento de um câncer, com o surgimento de novas medicações e modernização da radioterapia, com técnicas cirúrgicas mais conservadoras, possibilitando um benefício estético melhor ao paciente.

“Todo dia na oncologia temos novidades e as pesquisas nessa área são muitas. O surgimento dessas novas tecnologias possibilitam tratamentos melhores e mais efetivos”, destaca.

Nas duas décadas de atuação em Lajeado, Caroline destaca também a evolução no diagnóstico. “Lembro de diversos casos em que pacientes chegavam em estágio muito avançado da doença. Hoje, a gente consegue fazer o diagnóstico de tumores mais iniciais e, com isso, fazer as cirurgias mais conservadoras, esteticamente melhores, e que muitas vezes não vão impactar em tratamentos tão agressivos”.

Nos últimos anos, houve aumento nos casos de câncer de mama atendidos no HBB. Segundo dados da instituição, em 2019, 104 pacientes deram entrada no hospital com a doença, enquanto em 2023, foram 216. Em 2022, no entanto, houve uma mudança de organização de fila de espera no SUS, com o novo sistema de Regulação GERCON, no qual foram definidas cotas por patologia ou especialidades. Com isso, abriram-se mais vagas de primeiras consultas na especialidade de mama, o que impacta nesse aumento.

“Apesar dessa incidência, a detecção precoce também está aumentando”, reforça Caroline. A profissional destaca a importância de políticas de saúde pública que proporcionem à população feminina o acesso a exames e consultas médicas de rotina. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior as chances de cura, enfatiza a médica.

Sobre o câncer de mama

  • As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do País
  • A prevenção primária e a detecção precoce contribuem para a redução da incidência e da mortalidade por essa neoplasia
  • O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que surjam 704 mil novos casos de câncer no país para cada ano do triênio 2023-2025;
  • Desse total, 52.620 são esperados no Rio Grande do Sul anualmente, totalizando mais de 157 novos casos de câncer até 2025;
  • O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil;

Prevenção

  • Praticar atividade física regularmente;
  • Não fumar;
  • Não fazer uso de bebida alcoólica em excesso;
  • Ter uma alimentação saudável, e evitar ultraprocessados;
  • Manter os exames periódicos anuais em dia, incluindo exames preventivos como o papanicolau;
  • A partir dos 40 anos, é recomendada a mamografia.
  • Pacientes com histórico familiar de câncer de mama precisam ser avaliadas e podem fazer os exames antes dos 40 anos.

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