“Até quando eu puder, quero continuar cantando”

ABRE ASPAS

“Até quando eu puder, quero continuar cantando”

Nascida em uma família ligada à música, a lajeadense Ortenila Pretto se dedica há 55 anos às apresentações no Coral Santa Cecília, que hoje se apresenta todo quarto domingo do mês na Paróquia Santo Inácio de Loyola, no centro de Lajeado. Além das apresentações na igreja, Ortenila conta que estuda flauta, violão e harpa. De acordo com ela, o que a motiva continuar no grupo é o amor à arte e a Deus

“Até quando eu puder, quero continuar cantando”
Foto: arquivo pessoal

Conte um pouco da sua história na música.

Meu pai e minha mãe cantavam muito e também contavam com a gente (filhos). Ainda criança, fui para o Colégio Madre Bárbara, e lá, além de ter uma sala de aula de música, tinha música como matéria. Nós cantávamos muito. O pessoal do Coral Santa Cecília ensaiava, às vezes, na sala de música de lá. Sou professora e, na minha sala de aula, também sempre cantei com meus alunos.

E como foi para a senhora iniciar no Coral?

Como cantávamos bastante no Madre Bárbara, e o Santa Cecília ia ensaiar lá, nós éramos crianças, eu tinha uns oito anos, e eles eram todos adultos, pessoas até idosas, tinham um conhecimento muito grande. Nós íamos à missa e os via cantando no couro, eu me encantava com o conhecimento deles. Então, passamos a ajudá-los nas apresentações.

Na primeira Fenal (hoje ExpoVale), acredito que em 1965, entrei definitivamente no coro. Já faz 55 anos. Mas canto desde criança. Também estudo violão e harpa, e com uma professora do CEAT, já fiz flauta. Mas não toco, posso dizer que tenho um conhecimento. Colaboro no coral, e até quando eu puder, quero continuar cantando.

O que a música significa na sua vida pessoal ou espiritual?

A música ajuda no nosso crescimento espiritual e no conhecimento intelectual também. Porque temos as partituras que temos que estudar, e quando se toca um instrumento também. Eu tenho um teclado pequeno em casa, que fico ensaiando e cantando.

O que a motivou continuar cantando ao longo de todos esses anos?

Um grande amor a Deus e à arte. Porque, claro, na igreja a gente canta músicas, quase sempre músicas religiosas. Isso me faz muito bem. Une as pessoas, fazemos amizades, trocamos ideias. É muito bom. Já fui convidada para ir a outros corais, mas sou católica, então de preferência cumpro minha obrigação na paróquia, e quando não tenho apresentações, vou em outras igrejas cantar e tocar.
O Santa Cecília é uma sociedade. Viemos cantar livremente, porque nós queremos. No quarto domingo do mês, o horário da noite, na paróquia, é o nosso.

Já teve que superar algum desafio com a idade ou com a saúde para continuar cantando?

Me considero jovem ainda, e quando temos uma gripezinha ou alguma coisa, comunicamos que não podemos ir, mas nos esforçamos para ir, não é qualquer coisa que faz a gente ficar em casa sem poder sair. E outra coisa, eu estudo em casa o que se ensina aqui.

Logo que entrei no coral, era gente muito sábia, que tinha um vozeirão, e com elas eu fui aprendendo também. Antes, nós tínhamos oito naipes, agora só temos dois. Temos um das mulheres e outro dos homens. Depois da pandemia, mudou muito.

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