Conte um pouco da sua história na música.
Meu pai e minha mãe cantavam muito e também contavam com a gente (filhos). Ainda criança, fui para o Colégio Madre Bárbara, e lá, além de ter uma sala de aula de música, tinha música como matéria. Nós cantávamos muito. O pessoal do Coral Santa Cecília ensaiava, às vezes, na sala de música de lá. Sou professora e, na minha sala de aula, também sempre cantei com meus alunos.
E como foi para a senhora iniciar no Coral?
Como cantávamos bastante no Madre Bárbara, e o Santa Cecília ia ensaiar lá, nós éramos crianças, eu tinha uns oito anos, e eles eram todos adultos, pessoas até idosas, tinham um conhecimento muito grande. Nós íamos à missa e os via cantando no couro, eu me encantava com o conhecimento deles. Então, passamos a ajudá-los nas apresentações.
Na primeira Fenal (hoje ExpoVale), acredito que em 1965, entrei definitivamente no coro. Já faz 55 anos. Mas canto desde criança. Também estudo violão e harpa, e com uma professora do CEAT, já fiz flauta. Mas não toco, posso dizer que tenho um conhecimento. Colaboro no coral, e até quando eu puder, quero continuar cantando.
O que a música significa na sua vida pessoal ou espiritual?
A música ajuda no nosso crescimento espiritual e no conhecimento intelectual também. Porque temos as partituras que temos que estudar, e quando se toca um instrumento também. Eu tenho um teclado pequeno em casa, que fico ensaiando e cantando.
O que a motivou continuar cantando ao longo de todos esses anos?
Um grande amor a Deus e à arte. Porque, claro, na igreja a gente canta músicas, quase sempre músicas religiosas. Isso me faz muito bem. Une as pessoas, fazemos amizades, trocamos ideias. É muito bom. Já fui convidada para ir a outros corais, mas sou católica, então de preferência cumpro minha obrigação na paróquia, e quando não tenho apresentações, vou em outras igrejas cantar e tocar.
O Santa Cecília é uma sociedade. Viemos cantar livremente, porque nós queremos. No quarto domingo do mês, o horário da noite, na paróquia, é o nosso.
Já teve que superar algum desafio com a idade ou com a saúde para continuar cantando?
Me considero jovem ainda, e quando temos uma gripezinha ou alguma coisa, comunicamos que não podemos ir, mas nos esforçamos para ir, não é qualquer coisa que faz a gente ficar em casa sem poder sair. E outra coisa, eu estudo em casa o que se ensina aqui.
Logo que entrei no coral, era gente muito sábia, que tinha um vozeirão, e com elas eu fui aprendendo também. Antes, nós tínhamos oito naipes, agora só temos dois. Temos um das mulheres e outro dos homens. Depois da pandemia, mudou muito.