Reunião nesta tarde, 9, com o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Hiratan Pinheiro, marcou o início da mobilização regional por melhorias na infraestrutura de transporte da região. O principal tema discutido foi a necessidade de um estudo de viabilidade técnica e financeira para a criação de um anel viário, que diminuiria a dependência da BR-386, principal rota de escoamento de produtos na região.
A comitiva regional teve representantes de diversas entidades empresariais e políticas, incluindo a Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), o Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), o Sindicato das Transportadoras do RS (Setcergs), e as associações de municípios Amvat e Avat. “O encontro foi muito positivo. Nosso propósito era entender os caminhos para conseguirmos melhorar nossa infraestrutura logística”, afirma Nilto Scapin.
Estudo depende do governo federal
De acordo com Scapin, o próximo passo é a realização de um estudo de viabilidade técnica e financeira, que será conduzido pelo DNIT. A boa notícia para os envolvidos é que esse estudo não necessita da inclusão da concessionária CCR ViaSul, responsável pela BR-386, nem da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O objetivo é buscar alternativas de rotas e diminuir a dependência do transporte pela ponte sobre o Rio Taquari.
A ordem para o estudo, no entanto, depende do governo federal. Para conseguir o aval necessário, líderes da região organizam uma série de visitas a outras localidades gaúchas que também dependem da BR-386 para o escoamento de produtos. “Essa pauta não é só do Vale, precisa ser encarada como uma necessidade estadual”, destaca Scapin, reforçando que o movimento tem a intenção de mobilizar tanto o governo estadual quanto os parlamentos, incluindo a Assembleia Legislativa e a bancada gaúcha no Congresso Nacional.
Pontes internas
Outro ponto discutido foi a construção de pontes internas que facilitem o tráfego entre os municípios do Vale do Taquari, especialmente Lajeado e Estrela. Para isso, os líderes pretendem buscar o apoio da Secretaria Extraordinária de Reconstrução do RS, comandada por Pedro Capeluppi. “Há linhas de crédito e recursos que podem ser acessados junto a agentes externos, mas qualquer avanço depende da conclusão de estudos técnicos.”
Scapin ressalta que a recente enxurrada que atingiu a região em maio foi um dos fatores que uniu ainda mais as lideranças locais em torno da necessidade de melhorar a infraestrutura do Vale do Taquari. “Essa mobilização regional é fruto da percepção de que precisamos de um esforço conjunto para avançar em termos de qualidade e segurança nas nossas rotas de transporte”, afirmou.
Próximos Passos
Além de pressionar o governo federal, o movimento deve fortalecer a articulação com o governo gaúcho e com outras regiões do estado, numa tentativa de ganhar força política e acelerar os processos burocráticos. As visitas a outras áreas afetadas pela dependência da BR-386 visam conscientizar autoridades e empresários sobre a importância do anel viário para o desenvolvimento logístico do Rio Grande do Sul.
Com o avanço do estudo de viabilidade técnica e financeira, os líderes do Vale do Taquari esperam consolidar o projeto como uma prioridade não apenas para a região, mas para todo o estado. A criação de rotas alternativas à BR-386 é vista como fundamental para garantir a competitividade das empresas locais e melhorar a qualidade de vida da população, ao reduzir o tempo e os custos de deslocamento, além de diminuir a pressão sobre a infraestrutura atual, realçam os líderes locais.