Um pouco sobre a mobilização que aconteceu recentemente em Lajeado?
A mobilização foi uma tentativa de chamar a atenção das autoridades para a situação crítica das 450 famílias que perderam suas casas devido às enchentes. Precisamos de agilidade no cadastramento e encaminhamento das moradias. Muitas famílias estão vivendo em condições extremamente difíceis, algumas até na casa de parentes, pois suas casas não existem mais.
Quais têm sido os principais desafios enfrentados pelas famílias atingidas?
As perdas são devastadoras. Além de terem perdido seus bens, muitas pessoas estão enfrentando problemas sérios de saúde mental. Elas estão deprimidas, tristes e se sentindo abandonadas. A experiência de ter perdido tudo em três enchentes seguidas é traumática e difícil de lidar.
O que o MAB defende em relação a essas comunidades?
O MAB defende o reassentamento das comunidades afetadas em locais seguros e com infraestrutura adequada. Também criticamos a falta de transparência nos programas de reconstrução. A lista de beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida em Lajeado, por exemplo, ainda não foi divulgada, o que inibe a participação dos atingidos.
Que impactos a tragédia ainda causa para a comunidade?
Os impactos vão além das perdas materiais. A saúde mental da comunidade está severamente afetada. Eu mesmo, se dá uma chuva, não consigo dormir. A preocupação com novas enchentes me tira o sono. É uma situação de vulnerabilidade que precisamos enfrentar com urgência.
E qual é a mensagem que você gostaria de deixar?
Precisamos de agilidade, transparência e respeito pelas famílias que estão sofrendo. É fundamental que as autoridades ouçam nossas demandas e se mobilizem para garantir um futuro digno e seguro para todos os atingidos. As vidas dessas pessoas não podem ser ignoradas.