Rivalidade política na mira das forças de segurança

ELEIÇÕES 2024

Rivalidade política na mira das forças de segurança

Justiça, Ministério Público e as polícias preparam força-tarefa para mitigar riscos e garantir normalidade no pleito. Municípios como Progresso, Imigrante, Sério, Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Pouso Novo e Forquetinha são alguns que terão atenção especial

Rivalidade política na mira das forças de segurança
Aglomeração de grupo de eleitores identificados nas imediações das zonas eleitorais é proibido. (Agência Senado/Divulgação/Arquivo)
Vale do Taquari
oktober-2024

O plantão da rede de segurança para evitar crimes e problemas às eleições de domingo terá força máxima do efetivo da Brigada Militar. No comando, Justiça, Ministério Público e os cartórios eleitorais, traçam estratégias e apontam áreas com mais risco de incidentes.

“Teremos um acompanhamento muito próximo para garantir a normalidade do voto”, destaca o promotor da 29ª Zona Eleitoral, Carlos Augusto Fiorioli. O prazo para propaganda e manifestações nas ruas encerra às 22h do sábado. De acordo com Fiorioli, em cidades com histórico de rivalidade política e também tensionadas pelas dificuldades geradas pela catástrofe de maio estão no radar das forças de segurança.

Entre os municípios da 29ª Zona, Cruzeiro do Sul, Sério, Forquetinha, Marques de Souza e Progresso terão atenção especial. “Tivemos reclamações desde as eleições passadas. Tanto a Brigada quanto a Polícia Civil estão alertas para intervir caso seja necessário.”

As estratégias para controle e garantia da normalidade tanto nas horas que antecedem a votação quanto para o domingo foram definidas ao longo da semana. Com a participação da Brigada Militar, Polícia Civil, se determinou desde o cuidado com a propaganda em automóveis, passeatas, quanto em termos de possíveis episódios de aliciamento, compra de votos, transporte de eleitores ou boca de urna.

“Momento histórico”

Apesar dos pontos de alerta, o juiz eleitoral da 29ª Zona, Rodrigo Bortoli, considera que o ambiente prévio ao voto indica a chance de poucas ocorrências graves, diferente das últimas eleições. “Estamos vivendo um momento histórico”, afirma.

Na análise do magistrado, percebe-se uma certa pacificação entre as diferentes correntes políticas. “Sabemos que há exceções. Mas, no geral, temos poucos casos de judicialização.”

Um dos focos é atuar perto dos diretórios e manter vigilância sobre atuação de fiscais dos partidos. “Nos reunimos com os partidos e alertamos para atitudes e comportamentos para evitar tumultos nos pontos de votação. Qualquer ato que possa criar empecilhos ou dificultar o trabalho dos mesários será informado e teremos órgãos de segurança em prontidão”, reforça o promotor Fiorioli.

Para ele, o eleitor também tem o papel de contribuir para a normalidade da eleição. “Cabe a cada um ter a noção de que é preciso ter disciplina. Sugiro que tenha o voto memorizado ou mesmo uma ‘cola’ com os números. Levar documento com foto e, depois de votar, ir para casa ou para longe das sessões eleitorais.”

A partir disso, resume: “se todos colaborarem, com comportamentos e atitudes sociais, com certeza a força pública e as autoridades eleitorais não necessitarão tomar qualquer providência de alinhamento e segurança.”

Efetivo reforçado

O tenente-coronel, Rodrigo Schoenfeldt, responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), afirma que a Brigada Militar da região terá força máxima dedicada às eleições.

“Cem por cento do efetivo policial estará trabalhando durante o fim de semana”, ressalta o comandante.

De acordo com ele, todas as cidades receberão uma ou mais equipes para preservar a segurança dos eleitores. Entre a principal preocupação, o comandante cita a interdição de vias de forma proposital para impedir que os eleitores cheguem aos locais de votação. “Estaremos trabalhando para garantir que a sociedade exerça o direito de votar e que consiga ir até os colégios eleitorais com tranquilidade, sem intercepções.”

O oficial destaca o fato das guarnições terem conhecimento sobre os procedimentos a serem seguidos. Segundo ele, pela atuação próxima com a comunidade, há mais facilidade para as operações.

Calmaria antes da tempestade

“Às vésperas da eleição estamos vivendo a calmaria que antecede a tempestade”, afirma o promotor de Justiça de Teutônia, André Prediger. Responsável pelo Ministério Público Eleitoral da 125ª Zona Eleitoral, destaca que as últimas horas até a votação costuma elevar os ânimos de candidatos e apoiadores.

“Formamos um grupo de trabalho. Organizamos nossa atuação. Estamos com uma equipe orientada e pronta para prevenir e combater atos que possam atrapalhar a eleição”. Na área da 125ª Zona Eleitoral estão cinco municípios (Teutônia, Poço das Antas, Paverama, Westfália e Imigrante).

Com mais de uma década de experiência em promotorias eleitorais no RS, Prediger afirma: “municípios pequenos costumam ter mais rivalidade política”. Outro fator de tensão é o nível de acirramento eleitoral, quando há diversas correntes com chances de vitória.

Em cima disso, a maior atenção recai sobre Imigrante e Teutônia. “Desde a pré-campanha tivemos episódios em que precisamos intervir. Nestas cidades, teremos uma atenção especial.”

O que pode e o que não pode no dia da eleição

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