O equilibrista

Opinião

Rogério Wink

Rogério Wink

O equilibrista

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Ser um empreendedor no Brasil já é, por si só, um desafio de enormes proporções, necessidade de constante adaptação tornam a vida empresarial uma tarefa árdua. Agora, imagine esses desa- fios sendo multiplicados por uma catástrofe natural de proporções desafiadoras, como que assolou o Vale do Taquari. Para nós, que vivemos e trabalhamos aqui, ser empreendedor se tornou um verdadeiro ato contínuo de equilibrismo.

A metáfora do equilibrista não poderia ser mais adequada. Assim como um artista que se equilibra em uma corda bamba, com passos calculados e a necessidade de manter a calma diante do abismo, nós, empreendedores, também precisamos nos manter firmes sobre uma base que, muitas vezes, parece prestes a desabar. O chão que nos sustentava tornou-se instável, e a cada novo movi- mento, precisamos reavaliar nossas estratégias, nossa força e nossa capacidade de agir.

O que o equilibrista pode nos ensinar? Antes de mais nada, a importância do foco. No palco da vida empresarial, onde os holofotes da pressão estão sempre sobre nós, manter o olhar fixo no objetivo é essencial. Mas não basta apenas olhar para frente. O equilíbrio vem da capacidade de ajustar o corpo, redistribuir o peso e, muitas vezes, retroceder para ganhar impulso. Saber a hora de avançar, recuar ou buscar novas perspectivas é crucial para não perdermos o equilíbrio.

Além disso, o equilibrista entende que cair faz parte do processo. Ele sabe que, ao longo de sua carreira, enfrentará tombos, mas também que, com cada queda, vem a oportunidade de aprender, de ajustar a técnica e de se levantar mais forte. Nossos fracassos, muitas vezes, parecem ser amplificados pela responsabilidade que temos para com nossos funcionários, clientes e a comunidade ao nosso redor.

Outro ensinamento valioso é a importância da rede de apoio. Embora o equilibrista se apresente sozinho no palco, ele treina e se prepara com o suporte de uma equipe, confia em orientadores e, muitas vezes, em redes de segurança invisíveis ao público. Para nós, empreendedores, essa rede se manifesta nos laços que construímos com nossa família, amigos, colegas e colaboradores. É em momentos desafiadores que essas conexões se tornam vitais, oferecendo suporte, muitas vezes, soluções práticas para problemas que, sozinhos, pareceriam insolúveis.

É importante reconhecer que, como equilibristas, não estamos sozinhos no fio. Olhe ao redor. Nossos vizinhos, amigos , familiares e parceiros de negócio , que também enfrentam as mesmas dificuldades, estão ao nosso lado.

Devemos não apenas “aguentar o tranco”, mas transformar a adversidade em energia. Precisamos aprender a caminhar sobre a corda bamba com confiança, por mais incerto que pareça. Como bons equilibristas, é fundamental continuar em movimento, sempre buscando novas formas de se manter de pé e seguir em frente.

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