Mais uma onda de violência no Oriente Médio aprofunda os crimes contra a humanidade na longa história de conflitos religiosos e geopolíticos entre o mundo islâmico e Israel.
A narrativa de “lutar contra o terror” é repetida à exaustão. Esse pretexto merece ser questionado. Os Estados Unidos, ao fornecer armamento e suporte logístico, alimentam a violência. A política externa americana no Oriente Médio tem sido um catalisador para a instabilidade na região.
Israel, da imagem de país do progresso, da inovação e da tecnologia, também tem uma política dominadora e imperialista, pois desrespeita acordos internacionais e anexa territórios desde 1970.
Por outro lado, a posição radical de grupos islâmicos, busca cercear liberdades e conquistas sociais em todo o mundo. O intuito é doutrinar o mundo, por isso ataca liberdades e oprime o próprio povo. De fato, não há mocinhos nessa história.
E o que dizer da comunidade internacional? As respostas são tímidas e ineficazes. Condenações formais e pedidos de cessar-fogo não resultam em ações concretas. A ONU, com resoluções e sanções, parece impotente diante da complexidade e da profundidade do conflito.
A união dos países islâmicos
Em 7 de outubro do ano passado, o Hamas, grupo que governa Gaza, provocou um ataque com 1,4 mil mortes no território israelense. Ali estava o princípio dos ventos da guerra.
Na minha infância e adolescência em Porto Alegre, tive entre os meus amigos, uma família de refugiados do Líbano. Alguns dos filhos e sobrinhos da matriarca, que deixou o Oriente Médio após o assassinato do marido, jogavam bola comigo nos campos do Dom Bosco e do Alim Pedro, na Zona Norte da capital.
Mantenho conversas com um deles, hoje de volta ao Líbano, dono de postos de combustíveis. Logo após o ataque do Hamas, ele me comentou que haveria uma união das nações islâmicas contra Israel.
Quase um ano depois, aquela afirmação se consolidou. Na ocasião escrevi que haveria guerra, e o que o Hamas venceu. Afirmação criticada por alguns internautas e tudólogos de plantão. O ataque foi orquestrado para provocar essa reação que hoje se solidifica. O propósito sempre foi começar a guerra. Aí está a vitória. De fato, começou.
O risco de uma terceira guerra mundial é real. A escalada de tensões no Oriente Médio tem o potencial de envolver potências globais, cada uma com seus próprios interesses e agendas.
Conselho da ONU
Em reunião ontem do Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral António Guterres, condenou o ataque do Irã a Israel. Também cobrou do governo israelense respeito à soberania do Líbano.
A declaração desagradou Israel, que considerou Guterres “persona non grata”, por não condenar “inequivocamente” o ataque do Irã.
O exército de Israel anunciou ontem a morte de pelo menos oito soldados durante o confronto com o Hezbollah no Líbano.