Mais de um ano após a catástrofe climática de setembro de 2023, o Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, Castelinho, continua de portas fechadas. O prédio foi atingido pelas águas, e os 888 alunos foram acolhidos pela Univates, por meio de uma parceria com a instituição. Para o próximo ano, o Estado deve encontrar uma alternativa.
A cedência do espaço era temporária. Com reforma do telhado e outras estruturas feitas no Castelinho, a ideia era retornar em agosto deste ano, mas as cheias de maio atingiram a escola mais uma vez. “Estávamos com tudo pronto para retornarmos e veio essa outra enchente. Acabou com a escola”, conta a diretora Jurema de Oliveira.
Desde então, o futuro do Castelinho é incerto. A direção fez alguns reparos para garantir a segurança do prédio. Mas é preciso uma grande reforma. Enquanto isso, as aulas são adaptadas, assim como espaços como biblioteca ou aulas de Artes espalhados nos prédios da Univates.
Jurema garante que os estudantes recebem transporte, alimentação e educação de qualidade no local. Mas não se sentem pertencentes à universidade. Outro ponto que preocupa a escola é a segurança e a evasão escolar, já que os estudantes ficam espalhados pelo campus.
“Entendemos que é um momento de espera, de ter paciência. Muitas escolas passam por situação semelhante à nossa no estado. Sabemos que pode demorar”, comenta Jurema.
Em busca de soluções
Hoje, tratativas entre Fundação Univates (Fuvates), Ministério Público e Secretaria de Educação do Estado, busca soluções para o destino da escola e dos alunos da instituição. Promotor de Justiça de Lajeado, Carlos Augusto Fiorioli afirma que a Fuvates fez contato com o Programa Mediar, do Ministério Público.
A universidade cedeu o espaço em um momento de emergência e acolhimento, mas afirma não ter condições de continuar o contrato para o próximo ano, já que precisa dos prédios para as aulas dos próprios cursos. O custo também foi um fator agravante.
“O conselho acordou e nos informou que, a partir de 2025, não consegue mais acolher esses estudantes. A partir disso, o Estado se comprometeu, junto com o município, em encontrar uma solução, seja retornar à sede ou realocar a escola para outro terreno”, afirma o promotor.
De acordo com Fiorioli, ainda não há um projeto concreto, mas ele acredita que uma resposta deva ser dada ainda neste mês. “Estamos na fase do diálogo. Mas a obrigação do Estado é agilizar essa obra”, defende.
Incertezas
O Castelinho pode ser utilizado como projeto-piloto de uma iniciativa que envolve o estado e a secretaria de Educação de Lajeado. O assunto foi debatido ainda em junho. A sugestão do Estado era concluir a reforma no prédio inundado pelas enchentes para oferecer uma iniciativa em conjunto com o município. O projeto, no entanto, não avançou. O Estado também não dá certezas sobre o futuro da escola.
Em um ano
- Castelinho permanece fechado desde as enchentes de setembro de 2023.
- A escola foi severamente danificada e seus 888 alunos foram temporariamente transferidos para a Univates, por meio de uma parceria emergencial.
- O plano era retomar as aulas no Castelinho em agosto de 2024, após reformas. No entanto, outra enchente em maio prejudicou o retorno.
- Para o próximo ano, o Estado deve encontrar outra alternativa, já que a Univates não terá mais condições de acolher os estudantes.
- As negociações estão em andamento entre a Fundação Univates (Fuvates), Ministério Público e Secretaria de Educação para encontrar uma solução.