A realidade nesta nação é surreal e comprova que o Brasil é uma imensidão complexa do misto político, sociedade e ambiente. Como uma crônica de Nárnia às avessas em três episódios: As Chamas, a Cadeirada e o Coach.
O país arde em fogo e isso não é uma metáfora para a situação política, embora pudesse ser. As Chamas estão fora do controle, A Amazônia e o Cerrado viram cinzas. Enquanto isso, nossos líderes parecem mais preocupados em discutir quem tem a melhor retórica do que em apagar o fogo. É como se estivéssemos assistindo a um reality show de mau gosto.
No cerne dessa discussão há uma distopia entre política, fiscalização ambiental e agronegócio.
Na política nacional, a eleição da maior cidade da América Latina. São Paulo não decepcionaria qualquer circo de humor trágico. “Da pena” de ver esse “lamaçal”. E o pior é que, no meio dessa confusão toda, perda a inteligência e a sensatez. A cadeirada é só mais um exemplo de como a política nacional se perde em um espetáculo na busca do poder a qualquer custo.
Vejo no campo da sociedade, uma parcela considerável da população em busca de sucesso, dinheiro e realização pessoal com pouco esforço. As fórmulas mágicas do Coach de internet, como uma espécie de messias moderno, por meio de soluções fáceis rápidas, no fundo é mais uma ilusão.
Nos três “Cs” da semana, de maneira diferentes servem como um espetáculo bizarro. O braisleiro, que não desiste nunca, está cada vez menos confiante de que as coisas vão melhorar. Sejamos honestos, estamos cada vez mais perto de virar história.
Uma sessão de elogios
A votação extra da Câmara dos Deputados de ontem foi marcada por retóricas cansativas, análises superficiais e terminou quase que com um abraço coletivo entre base e opositores. Um viva a democracia no fim da votação ecoou nas minhas vísceras. Só que não!
Ironia à parte, o resultado foi importante. Mas, sem dúvida, também norteado por um oportunismo característico do parlamento. Haviam muitos olhares sobre os deputados. A produção jornalística gaúcha estava toda em cima, pois a suspensão do socorro às empresas foi notícia muito discutida nas últimas duas semanas.
Com tanto barulho, os nobres deputados votaram o projeto 3117. Assim, volta o crédito para micro e pequenos negócios, para produtores rurais e as três linhas do BNDES não esão mais ameaçadas.
Há de se convir, isso não precisava ter acontecido. O esvaziamento das sessões do fim de agosto e de setembro tinha mais do que a ausência devido às eleições municipais. Bom, agora passou.
Os deputados disseram que o texto precisava de correção. Conseguiram desvincular a contrapartida do emprego. Agora, tudo voltou àS mãos do presidente Lula. Basta assinar o texto, tornar lei, e os brancos podem contratar novos empréstimos.
Uma ideia
Para a escolha dos diretoes das escolas estaduais é obrigatório participar de um curso de gestão, passar em uma prova de leitura e interpretação de conhecimentos específicos. Só depois o candidato terá o nome disponível para a escolha da comunidade escolar.
Será que isso não poderia ser para os políticos também? Para vereadores, prefeitos, deputados, governadores e presidentes?
Apenas uma ideia, um ponto de reflexão. Veja bem, não quero cercear a democracia, a liberdade de escolha. Mas se para gerir uma escola são exigidos pré-requisitos intelectuais, por que não para os cargos mais importantes das cidades, do estado e dos país?