Um tesouro  no Vale…

Opinião

Elisabete Barreto Müller

Elisabete Barreto Müller

Professora universitária e delegada aposentada

Um tesouro no Vale…

Resido no Vale do Taquari há mais de trinta anos. Aqui constituí a minha família e foi onde nasceram meus filhos. Tenho laços fortes com essa região e isso me dá uma grande sensação de pertencimento.

Quando a gente se sente parte de algo, de uma comunidade, parece que o desejo de cuidar é ainda mais forte.
Assim, a natureza exuberante deste Vale tem o meu respeito, carinho e a vontade de preservar.

Dentre tantas belezas, considero o Morro Gaúcho, em Arroio do Meio, um esplendor. É um dos lugares mais lindos que já visitei. Por isso, desde sempre, apoiei a ideia de que ali fosse criada uma Unidade de Conservação, pois, devido à sua importância, o Morro deve ser salvaguardado.

Nesse verdadeiro tesouro ambiental do Vale, tem-se uma vista de um maciço de tirar o fôlego, digno das mais maravilhosas fotos e de um cartão postal regional. Para além disso, e principalmente, avistamos e podemos contemplar córregos, nascentes, rochas, plantas e animais das mais variadas espécies. Infelizmente, algumas ameaçadas de extinção.

Há mais de duas décadas o Morro Gaúcho tem sido motivo de preocupação de pessoas sensíveis à conservação e proteção desse patrimônio natural que nunca foi valorizado como deveria ser. Para nossa tristeza e desolação, após as enchentes devastadoras dos últimos tempos, em especial a de maio de 2024, aconteceram significativos deslizamentos de terras no nosso Morro e a preocupação com a sua existência (e com todas as formas de vida ali abrigadas) aumentou ainda mais. Os eventos extremos estão aqui, estão em todo lugar. Quem nos dará a certeza de que mais penduricalhos e movimentação num espaço já vulnerável não resultará na total destruição do Morro e de seu entorno? Na dúvida, o princípio da precaução obriga a proteger o meio ambiente!

Nesta semana, as cinzas das queimadas criminosas no Brasil chegaram ao nosso estado, criando um cenário apocalíptico. A visão do Morro ficou enevoada; aliás, o Vale todo está assim.

O que mais precisa acontecer para que a população perceba que devemos cuidar do que temos de mais sagrado, que é a natureza, para que todos sigamos vivos (todos os seres) e com qualidade de vida?

A ganância, o analfabetismo ambiental e o negacionismo nos levará ao fim! Os cientistas nos alertam dos perigos da destruição da natureza há muitos anos. Urge informar e alertar sobre os riscos de se prosseguir como se nada estivesse acontecendo. É imprescindível agir rápido para impedir novos danos, exigir uma economia que respeite o meio ambiente e incentivar um turismo sustentável.

Quero ver o mundo e o Morro Gaúcho sem nada a turvar ou atrapalhar a sua beleza. E você?

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