Quando foi a turnê?
A viagem da Deutschland Tour, Passos e Acordes da Tradição estava programada desde o ano passado. Foram 10 apresentações pela Alemanha, de 11 a 27 de agosto. Por causa dos 200 anos da Imigração Alemã, fizemos a encenação da saída de uma família da Alemanha para o Brasil, com danças folclóricas e músicas alemãs que retratavam essa imigração.
Já tinha viajado para a Alemanha antes?
Eu já tinha ido em 2017, quando cursava um técnico de tecnologia em agronegócio. Na ocasião, fui conhecer propriedades rurais e indústrias do país. Mas, com certeza, essa viagem foi outra experiência. Foi muito legal viver isso com amigos e colegas, são histórias e momentos que ficarão para sempre conosco.
A turnê era um sonho?
Com certeza. Sou professora do grupo de danças há três anos, mas já participo do Westfälische Tanzgruppe há 13. O sonho da turnê sempre foi muito grande e não esperava que fosse conseguir tão cedo. Além da minha experiência, foi muito gratificante ver a emoção dos colegas nas apresentações.
Você tem propriedade rural, como foi se ausentar?
Não foi fácil sair por 17 dias. Eu também tenho uma filha de 4 anos, então, um pedaço do meu coração estava comigo na Alemanha e outro estava aqui em casa. Mas a família toda apoiou a viagem e ajudou quando eu estava fora, entenderam que era uma experiência boa para mim.
Qual foi o momento mais desafiador da turnê?
Acho que foram os últimos três dias. Foi quando começou a apertar o coração e senti saudades da família. Foi desafiador porque ainda tínhamos uma apresentação pela frente e eu já estava ansiosa pelo retorno. Mas eu precisava me manter firme e concentrada, tanto por mim quanto pelos outros, para entregar uma apresentação excelente.
Acha que essa tradição alemã vai se manter nas novas gerações?
Essa é uma cultura, de danças, dialeto e música que sobrevive há 200 anos. Já escutei dos mais antigos que achavam que essa tradição iria acabar há 50 anos, mas estamos aqui ainda. Curioso é que na Alemanha, depois que terminamos o show, as pessoas vinham nos agradecer pela apresentação, porque eles lá não têm mais essas danças e músicas folclóricas. Então acho que pode ser que um dia essa tradição se perca por aqui também, mas eu acredito que essas 49 pessoas que estiveram lá na Alemanha vão preservar essa cultura enquanto viverem. Acredito que as novas gerações vão ter interesse pela tradição alemã, porque isso depende de nós ensinarmos a eles.