A Língua de Sinais chega às quadras de vôlei

Um jogo de inclusão 

A Língua de Sinais chega às quadras de vôlei

Projeto "Um Saque para a Inclusão" da Asla promove a inclusão de pessoas surdas através do esporte e rompe barreiras da comunicação.

A Língua de Sinais chega às quadras de vôlei
Grupo iniciou as atividades no dia 06 de agosto (Foto: Jéssica R Mallmann)

O olhar atento a cada movimento e o sorriso estampado no rosto revelam a satisfação de Leonardo Terres Klein de Oliveira, 22, ao jogar vôlei. Como participante do projeto “Um Saque para Inclusão”, idealizado pela Associação de Surdos de Lajeado (Asla) para ensinar o esporte a pessoas com deficiência auditiva, Leonardo descobriu no vôlei algo muito além de uma atividade física. É uma maneira de explorar suas habilidades, romper barreiras e mostrar que, com dedicação e apoio, todos podem brilhar em quadra.

“Formar um grupo exclusivamente de surdos é muito positivo. Estou feliz por poder jogar com meus amigos e participar deste projeto que me permite estar próximo à comunidade surda”, afirma Leonardo. Nascido com surdez profunda, ele se comunica por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) desde os 3 anos.

E foi por meio da Libras que ele conquistou espaço e descobriu a paixão pelos esportes. “Concluí o ensino médio e fiz um curso de Libras na Univates. Também obtive carteira de motorista, fiz um curso de empilhadeira e, atualmente, trabalho na Lactalis”, conta. Quando criança, ele também fez parte do time Juventus, em Teutônia.

Leonardo pratica os treinos acompanhado da mãe Marindia, que também atua como intérprete do grupo (Foto: Jéssica R Mallmann)

Para ele, a prática esportiva é essencial na vida de qualquer pessoa e é uma ótima maneira para aproveitar o tempo com os amigos, conversar e conhecer novas pessoas. “Além de fortalecer nossos laços, o esporte é excelente para a saúde e traz inúmeros benefícios para o bem-estar físico e mental”, finaliza.

O esporte que une pessoas

O projeto “Um Saque para a Inclusão” surgiu para atender a uma necessidade urgente na região: oferecer oportunidades de prática esportiva adaptadas a pessoas surdas. “Muitas vezes, elas enfrentam barreiras para participar de atividades físicas em ambientes convencionais”,  explica a Assistente Social na entidade Asla, Carine Eberts.

E a escolha do voleibol como primeira modalidade oferecida pela Asla não foi ao acaso. “O esporte é reconhecido por seu poder de unir pessoas, independentemente de suas habilidades ou limitações”, conta Carine. Além disso, a modalidade proporciona um ambiente onde a comunicação visual, essencial para pessoas surdas, é integrada de forma natural ao jogo, tornando a experiência mais acessível e enriquecedora para todos.

“Não é apenas um projeto esportivo, mas uma iniciativa que busca transformar vidas, empoderando pessoas surdas a se sentirem valorizadas e incluídas na sociedade através do esporte”, ressalta a assistente social.

Comunicação que aproxima

Os projetos esportivos voltados para a inclusão social desempenham um papel fundamental na integração e socialização de crianças e jovens surdos. Além de promover o desenvolvimento motor e habilidades cognitivas. Entretanto, a barreira da comunicação é um dos maiores obstáculos que esses projetos enfrentam na região, o que pode limitar a participação plena dos alunos.

Por isso, durante as atividades práticas da Asla, os professores demonstram os movimentos e exercícios, enquanto um intérprete explica as atividades. Embora muitos destes movimentos do vôlei não possuam sinais específicos na Libras, a comunicação clara proporcionada pelo intérprete permite que os alunos compreendam o propósito dos treinos e realizem as tarefas com confiança.

“O sucesso do projeto é evidente nos rostos sorridentes dos alunos, que expressam alegria ao entenderem plenamente as orientações dos professores. A interação entre todos os envolvidos torna o aprendizado mais eficaz e gratificante, criando uma experiência educativa única e inesquecível”, destaca a intérprete de Libras no Projeto, Cíntia Melissa Adam.

Foto: Jéssica R Mallmann

Como participar do projeto?

O projeto é direcionado a pessoas adultas com deficiência auditiva, com idades entre 19 e 59 anos. Para participar não é necessário ter experiência na prática de vôlei, pois a ação foi idealizada para acolher participantes de todos os níveis de habilidade, desde iniciantes até aqueles com mais experiência no esporte. A principal prioridade é criar um ambiente inclusivo e acessível, onde todos possam participar sem restrições.

Apoie a causa

A comunidade pode apoiar o projeto “Um Saque para a Inclusão” por meio de doações, que podem ser financeiras ou de materiais esportivos, como bolas, redes e uniformes. “Essas contribuições ajudam a garantir que o projeto continue a oferecer atividades de qualidade para os participantes”, afirma a presidente da Asla, Marluce Schwingel.

Empresas podem se envolver oferecendo patrocínio ou firmando parcerias que ajudem a fortalecer o impacto do projeto.

“Um Saque para Inclusão”

O projeto “Um Saque para Inclusão” é realizado com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte | Governo Federal. As atividades acontecem nas quadras de areia da Arena 08, no bairro Campestre, em Lajeado.

A iniciativa possui o patrocínio de BRDE, Arena 08, Lojas Dullius, Arroz Rei Arthur, Baldo, Fruki Bebidas, MedicalSan e Unifertil.

Acompanhe
nossas
redes sociais