Olimpíada e Paralimpíada: dois lados da mesma medalha

Opinião

Rodrigo Rother

Rodrigo Rother

Professor na UNIVATES e no CEAT - @rodrigorother

Colunista Esportivo

Olimpíada e Paralimpíada: dois lados da mesma medalha

Sem ser dada a devida importância pela grande maioria dos meios de comunicação, seguem ocorrendo em Paris os Jogos Paralímpicos. As disputas terminam dia 8 de setembro e, por isso, algumas das informações contidas aqui podem sofrer alterações.

Se a Olimpíada foi marcada por depoimentos frustrados da população em geral reclamando da escassez de medalhas, a Paralimpíada tem um cenário diferente: pouquíssimos comentários sobre o feito do Brasil, que acabou de conquistar sua 400° medalha na história e está em 4° lugar no quadro de medalhas, com 48 medalhas. Muitas modalidades em que o Brasil tem ótimos resultados em competições internacionais ainda estão em disputa, o que aponta para um aumento significativo nas nossas conquistas.

Impossível não comparar os dois “Brasis”: Olímpico e Paralímpico. Enquanto um era superexposto e sofria críticas pela falta de medalhas, no outro sobram medalhas mas está escondido. Como explicar isso?

Quem não conhece a Rebeca Andrade? A ginasta é a celebridade do momento, ao se tornar a maior medalhista brasileira, com 6 medalhas (2 ouros, 3 pratas e 1 bronze). Mas poucos sabem quem é Daniel Dias, nadador paralímpico brasileiro que conquistou 27 medalhas (sendo 14 de ouro), ou André Brasil, também nadador, com suas 14 medalhas (7 ouros). Mesmas 14 medalhas de outro nadador, Clodoaldo Silva, que subiu 6 veze ao lugar mais alto do pódio. Entre as mulheres, Ádria Santos, com 13 medalhas (sendo 4 de ouro) é a maior de todas. No quadro de medalhas dos paralímpicos, Rebeca não figuraria no top 10 de atletas mais premiados.

Juro para vocês que fico meio confuso, e que a volatilidade das coisas estão mais rápidas que o meu poder de compreensão. Se não vencemos somos criticados. Se vencemos somos ignorados. O que precisa ser feito realmente para o esporte, seja olímpico quanto paralímpico, receba o carinho, a atenção, o significado, a valorização que realmente merece?

Vamos lá pessoal. Vamos levantar e aplaudir de pé nossos paratletas. É o mínimo que se espera de um país para agradecer a bela representatividade que estão fazendo. Repassem esse texto, postem e compartilhem em suas redes sociais. É um gesto mínimo de agradecimento e consideração ao esporte e aos que fazem dele orgulho do nosso país.

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