Dos 295,1 mil eleitores do Vale para as eleições municipais do próximo domingo, 14,8% têm entre 60 e 68 anos, 9% de 70 a 79 anos, e 3,66% acima de 79 anos. No total, são 80,9 mil eleitores idosos. Destes, mais de 37,3 mil possuem mais de 70 anos e, apesar de terem o voto facultativo, optam por continuar indo às urnas.
Em 2020, nas últimas eleições municipais, eram 71,8 mil eleitores acima de 60 anos, e cerca de 31,7 mil com voto facultativo. Para o pleito deste ano, entre as principais reivindicações desse grupo etário, está a acessibilidade em vias públicas, melhorias das calçadas, além de mais espaços de convivência, conforme explica a presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Lajeado e Região (Atapel), Sílvia Maria Kuhn, 73.
Segundo ela, as demandas são fortalecidas nesta terça-feira, 1º, Dia do Idoso, que tem como objetivo sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e a necessidade de proteção e cuidados com essa população.
Criada há 22 anos, a Atapel é a principal responsável por fornecer a carteirinha de desconto no transporte público aos 60 +, além de oferecer atividades em grupo e um espaço de encontro aos associados. Hoje, são mais de 1,3 mil associados de toda região, em geral, com menos condições financeiras que buscam apoio na instituição. A associação ainda oferece convênios médicos e assessoria jurídica.
Sílvia reforça a necessidade de um olhar especial do poder público à saúde mental dos idosos. Sugere a criação de espaços de convivência para além das clínicas, com a possibilidade dos aposentados passarem o dia em companhia de outras pessoas, já que muitos familiares trabalham em horário comercial.
“As pessoas vão envelhecendo, e muitas acabam ficando sozinhas. Isso é a causa de muita doença mental”, reforça. Outra reivindicação é mais opções de horários para o transporte urbano. Essas demandas, segundo Sílvia, devem ser defendidas pelo grupo, e cobradas dos governos. Por isso, defende a importância do voto nas eleições, tanto municipais, quanto federais e estaduais.
“Temos nossos direitos”
José Pedro Kuhn, 80, marido de Sílvia, também faz parte da associação e incentiva a participação política do público idoso. Ele vota desde 1960, tendo passado por período de ditadura e, desde então, perdeu uma única eleição.
Professor de matemática aposentado, conta sempre ter sido atuante nas necessidades comunitárias, além de defender os direitos do idoso. “A pessoa se aposenta e precisa ser valorizada e respeitada. A gente não se considera velho, e temos nossos direitos”, reforça.
José Pedro incentiva que outros associados também votem e reivindiquem melhores qualidade de vida. “Precisamos valorizar os nossos votos e cobrar políticas públicas. Quanto mais qualidade de vida, menos custo à prefeitura”.
Para as eleições deste domingo, 8, José Pedro avalia com cautela a proposta de cada candidato, para poder tomar a melhor decisão. “Escuto os debates, analiso, estudo a história dos candidatos”. Para ele, não votar significa se omitir e permitir que os gestores públicos façam o que eles entendem que é melhor, sem que o cidadão possa cobrar por melhorias.
Principais reivindicações
- Acessibilidade em vias públicas e melhorias das calçadas;
- Mais espaços de convivência;
- Olhar especial do poder público à saúde mental dos idoso. Criação de espaços de convivência para além das clínicas, com a possibilidade dos aposentados passarem o dia em companhia de outras pessoas;
- Ampliar horários do transporte público urbano.