Professor Roque

Opinião

Ardêmio Heineck

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Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

Professor Roque

Educação e saber são basilares em qualquer região ou país. Para sermos das regiões mais bem vistas do estado, capaz de assegurar bom futuro aos nossos filhos, além da logística e de outros fatores necessários, há um de fundamental importância: nossa Univates.

Até 1969, o jovem que almejasse um curso superior mudava-se a Porto Alegre, Santa Maria ou Passo Fundo, com o que muitos nos deixaram. O divisor naquele ano foi a abertura, em Lajeado, dos cursos superiores de Letras, Ciências Contábeis e Economia, mercê da articulação de grupo de lideranças locais.

Como estudante de economia, foi no convívio com o pessoal de Letras que conheci o conterrâneo de Arroio do Meio, Roque Danilo Bersch, então Professor Municipal da Escola de Dona Rita. Também fora em busca do saber, e o alcançou em toda a plenitude.

Nesta semana o Professor Roque, como era conhecido, nos deixou, aos 83 anos, fato desapercebido para a maioria, mercê da humildade e do anonimato com que sempre atuou. Como assessor executivo da Reitoria da Univates, tive o privilégio de, por nove anos, conviver com o Prof. Roque. Ele e o Prof. Ney Lazzari são os grandes artífices da Univates atual, tirando-a da insolvência nos anos 1980, para torna-la o grande polo de ensino, pesquisa e extensão que aí temos.

Dos 55 anos da Univates, Prof. Roque nela passou 51 anos. De aluno, a Professor, Vice-Reitor e Presidente da sua mantenedora Fuvates. Trabalhador e exímio articulador, apesar da carga de afazeres diária jamais abandonou a sala de aula. Não raras vezes estava eu em seu gabinete, despachando, às 6 e pouco da tarde quando ele, nutrido apenas com seu chimarrão inseparável, dirigia-se direto à sala de aula para transmitir o saber a mais turmas de estudantes.

Tinha muito a ensinar, gênio que era, poliglota, vencedor. Do magistério municipal chegou ao mestrado, lecionando português, inglês, alemão e latim, afora o conhecimento em grego e hebraico adquirido como professor seminarista. E de troco, dirigente de diversos corais.

Com orgulho podemos alardear aos quatro ventos que somos do Vale do Taquari e que fomos contemporâneos de um dos seus maiores artífices, um gênio quase anônimo: Roque Danilo Bersch.

Mesmo agora finado, Roque estará em nosso cotidiano de forma perene. Passando pela Univates e pela região, em tudo você verá sua mão. E, por certo, você já se defrontou com muitas das milhares de pessoas, com cujo saber ele contribuiu ou que muito se alegraram cantando nos corais que dirigiu.

Então, Professor Roque, tua presença – anônima e fundamental – é imorredoura e está em todos os lugares. Fica a dor dos familiares e a nossa saudade em não podermos mais te ver e ouvir pessoalmente.

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