Clima de cordialidade, conversas mais propositivas e sem provocações. Assim foi o primeiro debate promovido pela Rádio A Hora com os quatro concorrentes ao Executivo de Arroio do Meio. Mesmo com a divulgação da pesquisa de intenção de voto, na quinta-feira passada, os candidatos adotaram um discurso ameno nos enfrentamentos.
André Vianini (PL), Danilo Bruxel (PP), Paulo Grassi (PT) e Sidnei Eckert (MDB) estiveram presentes na sede da emissora, em Lajeado. Em duas horas de discussão, eles evitaram ataques, apesar das divergências ideológicas. Comparativos entre governos, que deram a tônica de debates anteriores, também foram deixados de lado neste encontro.
Temas como a reconstrução da cidade após a catástrofe climática de maio, a mobilidade urbana e a necessidade de novas ligações, e investimentos para áreas como a saúde e a agricultura pautaram a maior parte das discussões. Em alguns assuntos, houve sintonia. Todos concordaram, por exemplo, com a importância da construção de uma ponte entre Arroio do Meio e Colinas.
Esse é o quinto de uma série de encontros com candidatos aos executivos municipais que o A Hora promove ao longo das próximas semanas. Ao todo, são 45 debates previstos conforme cronograma divulgado pela emissora. Também estão previstas entrevistas com os postulantes a prefeito nas cidades mais populosas, além de pesquisas de intenção de voto.
Desafio da mão de obra
No quarto bloco, Eckert e Vianini perguntaram entre si e escolheram temas semelhantes. Questionado sobre como fazer a economia da cidade voltar a crescer em meio à falta de mão de obra qualificada, o candidato do PL ressaltou que é necessário também resolver outros problemas, como a logística e a habitação.
“Precisamos tratar bem das pessoas atingidas pela cheia para que fiquem na cidade. Hoje vejo uma defasagem grande. Muitas famílias foram embora e isso é um prejuizo grande para as nossas indústrias. Precisamos estar alertas com isso, pois outras cidades que não foram afetadas estão de olho nessa mão de obra”, frisa.
Eckert entende que é preciso garantir casa para os jovens que foram embora de Arroio do Meio e qualificar essa mão de obra. “As empresas hoje precisam de pessoas para trabalhar. Então precisamos pensar nisso, para que esses jovens voltem a Arroio do Meio, um município com muito emprego e boa qualidade de vida”, realça.
Apoio federal
Na última pergunta do debate, Grassi trouxe a polêmica envolvendo a vinda de recursos federais e pediu a opinião de Bruxel sobre a atuação da União na reconstrução da cidade. A pergunta foi motivada após um vídeo do prefeito de Chapecó – cidade que adotou Arroio do Meio –, João Rodrigues, viralizar com críticas ao governo federal.
“Somos eternamente gratos aos governos estadual e federal, que vêm nos ajudando nessas três catástrofes. O presidente (Lula) veio ao nosso município e viu in loco o que aconteceu, e isso é muito importante. Temos recursos que já estão na nossa conta, de projetos elaborados e que foram aprovados”, cita.
Encontros futuros
Os candidatos a prefeito de Arroio do Meio voltam a se encontrar na Rádio A Hora no dia 26 de setembro, às 10h, na penúltima semana da campanha eleitoral. O formato é semelhante ao encontro ocorrido ontem na emissora.
Eles também participarão de sabatinas individuais no programa Frente e Verso, com 20 minutos de duração. As entrevistas ocorrerão nos dias 16, 17, 18 e 19 de setembro, com Bruxel, Grassi, Vianini e Eckert, respectivamente. A ordem de participação foi definida por sorteio.
Próximos debates
- 2 de setembro
16h – Vespasiano Corrêa - 3 de setembro
15h – Fazenda Vilanova
16h – Dois Lajeados
Temas sorteados
Candidatos perguntam entre si, a partir de assuntos relacionados por área
Perguntas dos jornalistas
Os candidatos a prefeito também responderam a uma série de perguntas elaboradas de forma conjunta pela Central de Jornalismo do Grupo A Hora. Confira:
Como pretendem agregar e expandir os serviços oferecidos pelo hospital local para garantir que a população tenha acesso a um atendimento completo?
“Caminhando pela comunidade e bairros, vemos a importância de se dedicar a essa pauta como prioridade. E precisamos dar atenção à saúde mental. As pessoas estão muito sofridas e doloridas. Imagina, após a catástrofe, a pessoa retornar e não ver a sua residência lá, ou o comerciante que não tem mais os seus produtos na loja para continuar com o comércio. Vamos cuidar disso, sentar com o secretário de saúde, aumentar convênios e estender a mão às pessoas, que terão todo o amparo meu e do PL”. – André Vianini
O que pensam sobre a criação de novas ligações com municípios vizinhos, como a construção de uma nova ponte para Lajeado e outra ponte ligando a ERS-130 e a ERS-129?
“Além das moradias, a enchente levou nossas pontes embora. Houve agilidade na reconstrução da Ponte de Ferro e isso nós agradecemos ao empresário responsável. Depois, nos preocupamos em contar com uma estrutura aos caminhões pesados. Fizemos toda a estrutura para que fosse colocada a ponte do Dnit. Mas já tínhamos uma preocupação grande no início do governo, da criação de uma ligação entre Arroio do Meio a Colinas para desafogar a ERS-130 e a BR-386. Precisamos desse acesso alternativo”. – Danilo Bruxel
Quais são suas propostas para melhorar a mobilidade urbana em Arroio do Meio? Como pretendem resolver os gargalos históricos da ERS-130 como os acessos aos bairros Aimoré, Novo Horizonte e São Caetano?
“Como não temos força política suficiente, enfrentamos dificuldades neste sentido. Acredito que precisamos da união de todos, parecido como foi feito na década de 1990, quando tivemos uma pressão forte para que saísse a rótula de acesso à cidade. É um momento de chamar atenção para que o governo do RS olhe para a nossa 130 e, de uma vez por todas, faça a concessão e a duplicação. E aí, podemos projetar melhor nossas vicinais e fazer as obras de ligações entre os bairros”. – Sidnei Eckert
De que forma a sua gestão pretende lidar com a realocação das pessoas afetadas pelas enchentes? Além disso, quais suas propostas para evitar a ocupação de áreas alagadas no futuro e garantir segurança às famílias que ainda residem em regiões de risco?
“Nós vamos criar a Secretaria de Habitação. É impossível a administração trabalhar com demanda tão grande no município da forma como está hoje. Temos muitos projetos, obras aprovadas pelo governo federal que vão demandar volume de trabalho grande. Então precisamos de uma equipe especializada para atuar. E quanto a realocação, há um projeto para que possamos dar outra destinação às áreas alagáveis, mas precisamos rediscutí-lo para abranger outras áreas do município afetadas”. – Paulo Grassi