O candidato Cesar Leandro Marmitt, o Dingola (PP), foi o primeiro a participar das sabatinas de Cruzeiro do Sul, promovidas pelo programa “Frente e Verso”. A entrevista ocorreu nesta quarta-feira, 28, momento em que o postulante apresentou seus principais projetos com foco na reconstrução do município. A ordem dos participantes da sabatina é definida por sorteio.
Agenda das sabatinas
- Cruzeiro do Sul
29/08 – Rudimar Muller – PT
30/08 – Professor Demétrios – PL
02/09 – Bira do Povo – PODE - Bom Retiro
03/09 – Celso Pazuch – PSB
04/09 – Mauro Hauschild – UNIÃO - Santa Clara
05/09 – Fabiano Immich – MDB
06/09 – Marcio – PP
Entrevista
Dingola • candidato à eleição de Cruzeiro do Sul
Você já foi prefeito de Cruzeiro do Sul, mas em um outro cenário. Hoje a cidade vive o maior desafio da sua história. Sobre isso, como você pensa reconstruir Cruzeiro do Sul?
Ser prefeito de uma cidade hoje, em um cenário que a gente encontra, é um desafio constante de qualquer município. E quando a gente tem uma catástrofe, como a que tivemos em maio na nossa região, é um desafio bastante grande. Mas é necessário termos uma organização. Temos que pensar não só no que aconteceu, mas também se preocupar com o futuro e o que pode ser feito logo mais a frente. Hoje nós temos que entender a comunidade e as pessoas. Particularmente, eu integro essa parte de pessoas que perderam suas casas. Eu tive minha casa levada embora com as minhas roupas. A gente saiu para ajudar o pessoal e quando a quis retornar, não tinha como.
O que é possível fazer para que a comunidade de Cruzeiro do Sul possa estar melhor informada?
Precisamos ter um projeto que integre nossa região alta e nos informe a quantidade de chuva em cada cidade e em cada bairro, pois podemos ter chuvas torrenciais localizadas, que vão agregar ao volume de água. Como eu nasci e me criei em Cruzeiro do Sul, junto à barranca do rio, a gente tem um conhecimento. Hoje temos uma projeção informal, mas precisamos ter um projeto concreto, sério, que traga essas informações da forma correta para as pessoas poderem se prevenir, sair de casa e ter o controle até que ponto vai atingir a água.
Quais são as suas propostas em âmbito municipal para proteger melhor a população?
Quando eu era prefeito de Cruzeiro do Sul, a gente fez o plano de contingência. Depois da enchente de setembro, o secretário, que até então estava à frente, comentou comigo que teriam que fazer o plano. E eu falei que já existia. Foram feitos alguns ajustes nele e precisa ser reajustado. Basicamente, precisamos ter três pilares: prevenção, a gente precisa ter essa informação do que vai acontecer. Temos que ter o enfrentamento da Defesa Civil, o enfrentamento do poder público, para encararmos a cheia com uma equipe qualificada e com planejamento claro. Saber quem vai tirar quem, qual maquinário vamos usar e ter o maquinário a disposição. Porque hoje o que acontece é que precisa de veículos para retirar as pessoas, mas onde vamos levá-las? Essa confusão não pode existir. E o outro que nós temos é a reconstrução.
Fala-se muito que Cruzeiro do Sul precisa repensar o centro da cidade. O que o senhor pensa sobre o movimento de reconstrução?
Para reconstruir temos que ter organização. Todo o crescimento de uma cidade, o desenvolvimento de uma cidade e o trabalho planejado pelo poder público tem que ser visto de 20 anos para frente. Você não pode olhar para 1 ano: “eu preciso reconstruir a cidade porque no ano que vem pode dar uma enchente”. Não. Tem que ter planejamento a médio e longo prazo. No poder público executivo, precisamos de um longo prazo, um olhar bem mais distante. Então a gente precisa ter uma organização muito forte, bons projetos, saber onde fazer, como investir e onde investir. Um exemplo agora em maio, as pessoas perderam as casas, não tem retorno do poder público se vão ganhar uma casa ou um terreno. As pessoas não têm informação e ela é gratuita. As pessoas ainda estão vagas nisso.